NOSSAS EXPERIÊNCIAS: 2011

31 de dez. de 2011

Desejo a todos amigos e visitantes um Feliz Ano Novo, muita paz, luz e amor nos corações, que a paz mundial se torne verdadeira.

Neste ano que está para chegar que seja um ano de repensarmos, o que foi bom e ruim em 2011 para você, faça uma reforma íntima se afaste do que lhe faz mal, mude por dentro, seja uma pessoa melhor para com você mesmo, com seus amigos e com seus amados, pare, pense e reflita.

Eu agradeço a visita de todos aqui no Brasil e também a de outros países por se interessarem pelo nosso trabalho, espero estar contribuindo para alertar e conscientizar a sociedade.

O nosso muito obrigado de coração, nossas experiências vai continuar, podem ajudar mandando sugestões de assuntos a serem abordados ou comentários sobre o que esta postado que assim seja.

Todo o dia é ano novo

Todo dia é ano novo
Entre a lua e as estrelas
num sorriso de criança
no canto dos passarinhos
num olhar, numa esperança...

Todo dia é ano novo
na harmonia das cores
na natureza esquecida
na fresca aragem da brisa
na própria essência da vida.

Todo dia é ano novo
no regato cristalino
pequeno servo do mar
nas ondas lavando as praias
na clara luz do luar...

Todo dia é ano novo
na escuridão do infinito
todo ponteado de estrelas
na amplidão do universo
no simples prazer de vê-las
nos segredos desta vida
no germinar da semente.

Todo dia é ano novo
nos movimentos da Terra
que gira incessantemente.

Todo dia é ano novo
no orvalho sobre a relva
na passarela que encanta
no cheiro que vem da terra
e no sol que se levanta.

Todo dia é ano novo
nas flores que desabrocham
perfumando a atmosfera
nas folhas novas que brotam
anunciando a primavera.
 Você é capaz, é Paz
 É Esperança.

Todo dia é ano novo
no colorido mais belo
dos olhos verdes dos filhos seus...

 Você é Paz, é Amor a Alegria de Deus.

Não há vida sem volta
e não há volta sem vida
no ciclo da natureza
neste ir e vir constante
No broto que se renova
na vida que segue adiante
em quem semeia bondade
em quem ajuda o irmão
colhendo felicidade
cumprindo a sua missão.

 Todo Dia é Ano Novo...
Portanto...

Feliz Ano Novo Todo Dia !

30 de dez. de 2011

                                                                                                                   
Lídia Azevedo e Ramiro Costa - Expresso

"Sinto saudade de casa. Se não fosse pela minha filha, não seria garota de programa. Mas pretendo ficar aqui, eu gosto". A história de P., de 28 anos, é a mesma de muitas mulheres que entram na prostituição: são mães jovens, sem estudo, o pai da criança não ajuda e elas precisam de dinheiro rápido. No primeiro dia de volta à casa de prostituição, após ficar quatro meses com a filha doente, P. disse que trabalha das 14h às 21h30m todo dia, e que o maridão sabe da profissão
— Ele tenta aceitar, porque me conheceu assim — explicou ela, que garante não perder o apetite sexual em casa: — Com meu marido é diferente. Gosto dele, aqui eu encaro como trabalho mesmo.
Já para F., de 30 anos, a vida é mais complicada. Mãe de três filhos e cheia de dívidas, ela diz que não teve escolha a não ser vender o próprio corpo para sustentar a família, que não tem ideia do que ela faz.
— Meus amigos também não sabem, muito menos meu namorado. No início, ele sabia e aceitava. Agora falo que trabalho em casa de família — explicou F., que pretende sair da prostituição em seis meses: — Não saio daqui, onde ganho R$ 600 por semana, pra ganhar um salário mínimo. Mas não fico nessa vida para sempre. Vou juntar uma grana e comprar roupa pra revender.
Gerente da casa, X. conhece bem o negócio que ajuda a administrar. Depois do término de um relacionamento, ela ficou sem nada e caiu na vida.
— Tinha 28 anos quando procurei uma casa no Recreio, e o dono falou para eu ficar no salão e ver se me acostumava. Chorei, mas mesmo assim, nesse primeiro dia, em 6 ou 7 horas, fiz 19 programas.
O número assusta, mas nem sempre rola o que você pensa entre quatro paredes.
— As pessoas acham que a gente transa o dia todo, mas de seis programas que faço, em dois eu transo. Muitos chegam bêbados, querendo só conversar ou beber — explicou F.
X. conta que a maioria das meninas que trabalha com ela é casada, e que já viu muito homem entrando no salão (lugar onde elas recebem os clientes) atrás da mulher. Já o contrário, é mais raro.
— Uma vez, saindo do trabalho, uma mulher mostrou a foto do marido e perguntou se eu conhecia. Disse que não, e se conhecesse, não falaria.
A. é uma dessas que foi pega com a boca na botija. O marido entrou com os amigos na casa onde ela trabalhava. E ela deu de cara com ele.
— Ele olhou para mim, disse que não acreditava e chorou. Mas estamos juntos até hoje, são três anos. Todo mundo na minha casa sabe, até meus filhos, e tratam tudo com naturalidade — contou A., que começou aos 14 anos, na Vila Mimosa, e hoje, com 30, já rodou vários pontos do Rio.

29 de dez. de 2011

NA ESTRADA DA VIDA:Flagrante da prostituição na rodovia
PROSTITUIÇÃO INFANTIL invade rodovias, atrai criminalidade e põe autoridades em alerta.Veja


SÃO LUÍS - A prostituição invadiu um trecho da BR-135. São cerca de 30 garotas de programa espalhadas em quatro pontos da rodovia, em uma extensão de 15 quilômetros. Entre sexta e sábado, o Portal Zill contou 20 mulheres nesses trechos. O ponto de maior concentração é no Maracanã, onde todos os dias cerca de 15 prostitutas disputam clientes em cerca de um quilômetro de pista. As prostitutas estão neste trecho há pelo menos dez anos. Mas a invasão de mulheres em busca de programas sexuais neste ponto da rodovia acirrou há três meses, segundo informações, das próprias garotas.
“Nunca vi tanta mulher de programa por aqui”, diz Paula, 28 anos, que há seis meses se prostitui na beira da estrada. O aumento de prostitutas nas margens das estradas preocupa o Ministério Público e a Polícia Rodoviária, que vem intensificando as blitze nos últimos meses. “Embora não seja crime, a prostituição traz consigo ilícitos como o tráfico de drogas, furtos e roubos, além da exploração sexual infantil”, informa.
PROSTITUIÇÃO INFANTIL

Elas se exibem para os motoristas de caminhão e passam ao longo das estradas com roupas minúsculas, oferecendo seus corpos com a maior naturalidade. Esta é a realidade de milhares de meninas na fase da adolescência e, conforme depoimentos de carreteiros que circulam de neste trecho, é a pura verdade. A prostituição infantil é um dos males das estradas brasileiras, com destaque para o Nordeste, onde as meninas fogem de casa e fazem programas em troca de um prato de comida quando encontram um carreteiro disposto a topar a perigosa aventura.

A prostituição infantil e a exploração sexual de menores está presente em todas as capitais brasileiras, principalmente nas cidades litorâneas do Nordeste. Dados estatísticos comprovam que a violência dentro de suas próprias famílias levam a criança e o adolescente por este caminho, os quais são vulneráveis a esse tipo de atitude que causam danos irreparáveis para o seu desenvolvimento físico, psíquico, social e moral. Esses danos podem trazer consequências penosas como, por exemplo, o uso de drogas, o abandono dos estudos, a gravidez precoce indesejada, distúrbios de comportamento, condutas anti-sociais e infecções por doenças sexualmente transmissíveis.

Locais com grande movimentação de caminhões, são pontos de encontro e desencontros, onde meninas menores são levadas e trazidas de outras cidades para ganhar a vida na prostituição. Na maioria das vezes fogem de suas casas numa boleia de caminhão para tentar uma vida melhor. Além de ser uma aventura perigosa, elas oferecem qualquer tipo de prazer para os carreteiros que comungam com esta investida. As formas adotadas pelas meninas e adolescentes em situação de exploração sexual são variadas. Algumas ficam nas beiras de estradas acenando para os carreteiros, enquanto outras, no horário entre 19 e 20 horas, abordam os mesmos no momento em que vão tomar banho, lanchar ou abastecer seus caminhões nos postos de combustíveis. O preço cobrado pelo programa depende do serviço prestado ao cliente. Pode custar apenas R$ 5, um prato de comida ou, então, até mesmo um refrigerante.

Durante a reportagem flagramos M.L.S., de apenas 16 anos, que fugiu de sua casa porque era espancada diariamente por seu padrasto. Há 5 meses vive pedindo carona para um carreteiro. Sem outra alternativa de vida, e carente emocionalmente, começou a se prostituir e a usar drogas. Ela diz que é melhor viver assim, na rua, mas ter como sobreviver. “Tenho roupas novas e bonitas, como comidas gostosas e até perfume do bom eu posso comprar”, afirma a menina.

Na opinião da maioria dos motoristas de caminhão, o governo deveria lançar programas para ajudar as famílias carentes, pois a exploração sexual infanto-juvenil é uma das mais cruéis conseqüências da miséria.

Enquanto moças, mulheres maduras e gays disputam a atenção dos carreteiros, enfrentando a vigilância que cerca os postos de serviço e de estacionamento, nas estradas o território é livre. Segundo informações da PRF, os agentes mal dão conta de cuidar dos assuntos referentes à legislação de trânsito. Cuidam apenas de fiscalizar o que estabelece a legislação em termos de documentação, limites de velocidade, situação do veículo.

Enfim, cuidar do que estabelece o Código de Trânsito, conforme comenta um patrulheiro. Ele esclarece que o policial rodoviário somente tomará alguma iniciativa de abordar alguma pessoa se a considerar em atitude suspeita de roubo, assalto ou qualquer outro tipo de crime. Nada a ver com prostituição nas estradas. A não ser que seja efetivamente comprovado que o carreteiro esteja abusando de uma moça menor de idade e contra a vontade dela.

fonte: www.180graus.com

Vivência da entrevista fenomenológica com prostitutas: relato de experiência Isabel Cristina Cavalcante Carvalho Moreira; Claudete Ferreira de Souza Monteiro
Universidade Federal do Piauí. Grupo de Estudos sobre Enfermagem, Violência e Saúde Mental. Teresina, PI

RESUMO
Este artigo tem por objetivo descrever minha vivência na obtenção dos depoimentos utilizando a entrevista fenomenológica. Foram entrevistadas onze prostitutas em Teresina, PI. No caminhar dessa etapa vários momentos foram marcantes como: a estratégia de aproximação com as depoentes, o local das entrevistas e o próprio relato emocionante das prostitutas. Esse meu caminhar possibilitou-me identificar que é necessário familiarização e empatia com os sujeitos da pesquisa, que não existe formula para a condução da entrevista, mas cabe ao pesquisador identificar as dificuldades e propor estratégias para a obtenção dos relatos. Assim é que a relação empática vivenciada por mim na obtenção dos relatos das mulheres depoentes no seu mundo-vida por meio da entrevista fenomenológica foi fundamental para compreensão do vivido da violência no cotidiano da prostituição.

Descritores:Prostituição; Violência; Enfermagem. A prostituição feminina é uma prática que acompanha a história da humanidade de tal modo que nenhuma civilização escapou da sua convivência. Esta atividade constitui-se em uma troca de satisfação sexual versus remuneração e hoje, apesar da liberação sexual ainda se mantém como forma de iniciação sexual de jovens. As mulheres que oferecem satisfação sexual em troca de remuneração vão perdendo seu corpo e destino, pois passam a desconstruir as relações de proteção e direito individual e coletivo, surgindo neste cenário os fatores de risco(1). Um dos fatores de risco está relacionado às agressões, pois, nesta atividade as mulheres, não escolhem os clientes e a violência neste cenário é constante. Não se trata apenas de violência física, mas, sobretudo são comuns os abusos sexuais, trafico, estupros, roubos e a violência psicológica manifestada por humilhações, ofensas verbais e morais. Outro risco, por qual passa a prostituta, diz respeito às questões de saúde publica pela vulnerabilidade frente a vulnerabilidade da exposição às DST/AIDS. Além desses fatores pode também ser incluída a 'quebra do segredo', da prática da prostituição, em que muitas prostitutas escondem de seus familiares. A descoberta pode gerar conflitos, preconceito e mesmo dificuldade de permanecer nesta atividade.

Prostituição infantil: as filhas da noite
A primeira pergunta que se faz: o que leva uma criança a se prostituir ou ser prostituída?
Em primeiríssimo lugar a miséria. Em todos os sentidos. Ao perguntarmos, a resposta poderia ser dada em coro: por dinheiro. Dinheiro para comprar comida, sim, mas principalmente para comprar drogas. Logo que chegam às ruas, as meninas experimentam as drogas, muitas vezes oferecida pela "turma". Viciadas, elas roubam e se prostituem para comprar mais e, se não tiver, roubam e podem até matar. Na maioria das vezes tem sempre uma cafetina ou um cafetão por trás delas. Eles descobrem um ponto e começam a agenciar, muitas vezes trazem as meninas de longe ou das cidades satélites. Eles administram o negócio, mantêm as meninas dependentes e as protegem ao mesmo tempo.
Muitas delas andam em bandos e dormem nas ruas. Arredias, ariscas, desconfiadas, agressivas. Se chegarmos um pouco mais perto, veremos uma outra realidade. Uma carência que não cabe no corpinho franzino de algumas delas e uma total falta de compreensão do peso real do que fazem. Sem a mínima maturidade sexual ou emocional, elas não têm capacidade para avaliar e muito menos optar se realmente querem ser prostitutas.
Mas nada é certo ou exato. Não podemos homogeneizar essas crianças e traçar um perfil ou montar um quadro com características rígidas. Após o contato com várias meninas, pudemos constatar que muitas delas fazem parte de uma segunda geração de pessoas que já viviam na rua, ou seja, filhos de filhos da rua. Por aí já podemos entender que o problema é bem anterior e mais profundo do que podemos imaginar.
A desestrutura da família é um dos únicos fatores constantes. Muitas dessas meninas já sofreram algum tipo de violência ou abuso sexual vindo de sua própria família e acabam fugindo para as ruas. Outras vêm de Goiás e do Nordeste para a capital, em busca de trabalho, não conseguem e a família não sabe como ganham aquele "dinheirinho" que mandam todo mês. Outras, ainda, são incentivadas pela própria família a se prostituírem. Ao ganharem a rua, com o passar do tempo, perdem os vínculos com a casa e com a família, seduzidas pelos atrativos da rua. A liberdade, a falta de limites e obrigações, o cheiro da cola e do thinner, o cigarro de merla (pasta de coca), a maconha, o crack, o mesclado( cigarro de maconha e crack), a cocaína injetada, etc.
Depois das armas, das drogas e dos presídios, traficantes partiram para a expansão de seus negócios passando a controlar territórios também no asfalto para explorar a prostituição de menores.De acordo com reportagem publicada na edição deste domingo do jornal O GLOBO, pagando propina a grupos de policiais corruptos e associados a uma rede de aliciadores espalhados pela cidade, os bandidos já dominam a prostituição envolvendo adolescentes em nove bairros da cidade, das zonas Sul e Norte.Na relação de pontos de prostituição estão algumas das mais movimentadas avenidas da cidade, como a Atlântica, em Copacabana, cartão-postal do Rio e do país no exterior.Relatos de menores explorados sexualmente (meninos e meninas) ouvidos pelo GLOBO - alguns deles de 15 anos - revelam que são obrigados a pagar diariamente até R$ 50 aos aliciadores, e cumprir uma jornada que pode representar até seis programas por noite em hotéis espalhados pela cidade, no interior de carros e até mesmo em calçadas de ruas sem iluminação pública.Tudo controlado por traficantes de drogas de uma favela do Rio, que recebem percentual do lucro em troca de segurança armada."
É chocante o depoimento de algumas dessas crianças:
Depoimento 1-
"Fugi de casa, aos 10 anos, não aguentava mais ter que aceitar os carinhos do meu padrasto. Minha mãe sabia o que ele fazia comigo todos os dias no banheiro quando chegava do serviço. Mas, ele trazia droga pra ela, então ela falava: Fia, vai tomar banho com seu pai! Lá, ele fazia de tudo comigo, tinha dia que colocava atrás e doía muito. Prefiro ficar na rua, aqui os homens me pagam e se eu for boazinha nem me batem." ( Andréia *, 14 anos)
Depoimento 2-
" Conheci na praia uma moça que me ofereceu um emprego de babá. Falei com minha mãe e fui morar com ela. Eu tinha 13 anos. O marido dela, chegava mais cedo do trabalho e começava a mexer comigo, dizia que se eu não deixasse ia contar pra mulher dele e pra minha mãe. Eu deixava por que ficava com medo. Um dia, descobri que estava grávida, ele me mandou fugir, senão matava minha mãe. Aí, vim pra rua e não tive coragem de voltar pra casa. Meu filho nasceu e dei ele pra uma mulher na Lapa." ( Suzy*, 16 anos)

Eu fico imaginando a angústia de uma mãe que não sabe o paradeiro de sua filha e muito menos ainda sabe que ela está sendo usada na prostituição. Fico igualmente imaginando o que passa pela cabeça de uma mãe que troca sua filha por uma pouco mais de drogas... É muito dificil entender a situação dessas meninas, dessas mães e dessas famílias, existem depoimentos que chocam por que elas afirmam gostar dessa vida, do dinheiro fácil e até mesmo dos clientes que as procuram.
Essa discussão deve estar presente em todos so segmentos da nossa sociedade. temos que conscientizar nossas crianças que se são vitimas de abuso sexual a culpa não é delas e sim dos adultos que as torturam e humilham de forma despudorada.
Postado por Xênia da Matta

28 de dez. de 2011

Prostituição: problema ou solução?

Conheci Sylvie, uma linda jovem de 20 anos, na Universidade em que estudo. Simpática, estudiosa, inteligente e ... pobre! Vinda do interior da França, deparou-se com a "Selva de Pedra" que é Paris e muitas vezes perguntou-se como faria para pagar os estudos e sobreviver em um lugar onde a solidariedade passa longe. Um dia, conversando comigo declarou: "Repudiei a idéia de prostituir-me quando Betty (outra estudante), ao ver minhas dificuldades, relatou o que fazia dizendo-me que se eu quisesse poderia também... dias depois, eu estava sentada em um bar em 'Saint Germain des Prés', um homem muito gentil pediu-me permissão para acompanhar-me no drink, assenti e, após uma clássica e envolvente conversa, ofereceu-me 450 euros para fazermos amor. Imediatamente, disse não, ele se desculpou levantando-se para partir, então, pensei em minhas dívidas, em Betty, chamei-o e aceitei... hoje tenho cinco amantes fixos, os quais vejo uma ou duas vezes ao mês, sustento-me muito bem assim, não é nada de anormal, só não tenho coragem de ter um namorado porque sentiria-me enganando-o e isso não é certo...".
Diante desse depoimento fiquei pensativa, não assustada, pois sabemos que existem coisas piores. Todavia, não soube como reagir. Demonstrei naturalidade, continuamos amigas e interessei-me pelo assunto. Dizem que a mais velha profissão do mundo terá vida eterna, no entanto é deverasmente perseguida. A Europa se encontra em pleno verão e o número de prostitutas aumenta, sobretudo nos lugares turísticos, como Paris, Nice, Cap. Ferret, etc.
Em Nice, as prostitutas são, em sua maioria, oriundas dos países do Leste europeu, como a Rússia. Com idade entre 25 e 30 anos, "fazem ponto" ao longo da "Promenade des Anglais", principalmente em frente ao hotel "Negresco", o mais famoso da cidade por hospedar pessoas ilustres e ricas.
Em Paris, temos, entre outros, o famoso "Bois de Boulogne", onde elas disputam a clientela com os homossexuais, e "Saint Germain des Prés", local de jovens estudantes e intelectuais. Aí, encontramos, além de estrangeiras, um número considerável de estudantes como Sylvie. Elas ganham entre 200 e 500 euros por parceiro e, segundo elas, não se desgastam muito pensando em dinheiro, pois o aluguel de um apartamento de duas peças está em torno de 300 euros por mês, assim, podem estudar despreocupadas e ainda divertem-se nos finais de semana.
Aparentemente, tudo vai bem. Desse ponto de vista a prostituição é uma solução, mas a sociedade ainda não vê a profissão com tanta naturalidade assim. Na verdade, muitos não a consideram como tal. Na França, não é proibida, mas também não é legal, e o proxenetismo é considerado infração. Nos Países Baixos, a lei de 28/10/99, que vigora desde 01/10/00, dá autonomia ao Conselho Municipal para fixar condições relativas ao exercício da prostituição e abole a condenação ao proxenetismo desde que a prostituição seja voluntária. A Espanha, desde 1995, não sanciona o proxenetismo de maneira geral. A Suécia proíbe os serviços sexuais em todas as circunstâncias: o cliente é multado e pode pegar até seis meses de prisão (segundo lei de 01/01/99). Do ponto de vista jurídico, somente a Bélgica as tem como trabalhadoras independentes, e com exceção dos Países-Baixos, a ausência de reconhecimento jurídico as impede de dispor de uma cobertura social completa, obrigando-as a fazerem um plano de saúde particular. No entanto, normalmente, elas pagam impostos, pois isso independe da legalização da atividade.
Tenho visto que elas vivem de maneira equilibrada, mas, mesmo Sylvie admite a falta de coragem de ter uma relação de verdade, demonstrando, assim, que elas não estão tranqüilas em todos os sentidos; além disso, apesar das precauções, o risco de doenças as inquietam um pouco. Também escondem o "métier", apesar de muitas afirmarem ser um trabalho como outro qualquer.
A questão das adolescentes nesse mercado, cujo número vem aumentando, preocupa os europeus. A pena é mais pesada quando se trata de menores de 16 anos. Alguns afirmam que o fato de ainda existirem prostitutas adolescentes estimula a pedofilia, que tem sido motivo de grande inquietação nos últimos tempos.
Há um certo apoio à essas mulheres, que muitas vezes são chamadas "vítimas" (o que indica a não aceitação da profissão). Existem associações que se ocupam disso, além de várias entidades que ajudam em casos difíceis, como violências e agressões físicas ou morais. Entretanto, elas continuam a ser acusadas de atentado ao pudor, causadoras de desordem, destruidoras de lares, etc.
Apoiadas ou compreendidas por uns, apedrejadas ou desprezadas por outros, elas suscitam-me a vontade de saber se existe uma sociedade em que isso é, ou pode ser resolvido. Qual o tipo de política capaz de exterminar o problema? Se não há um problema, mas se é a solução para as jovens pobres, onde elas poderão se encaixar jurídica e socialmente para serem aceitas? A questão continuará a atravessar séculos sem resposta plausível, mesmo em épocas e países desenvolvidos? Porque o ser humano é tão incapaz diante de fatos tão corriqueiros? Quais as propostas políticas concretas para esses tipos de "desvios" sociais? Onde e quando teremos uma economia adequada, eficiente, (e porque não perfeita?) para resolvermos a crise que uns dizem estar na Europa, outros nas Américas, outros, ainda, no mundo inteiro? Se procurarmos as respostas, isso já será um começo; se começarmos, convém que almejemos um fim...

CELUY ROBERTA HUNDZINSKI DAMÁSIO
O cruel negócio da prostituição

Por Maria Encarna Sanahuja YII (Trechos do artigo publicado em Poder e Liberdade)

   O mito masculino mantém que a prostituta se vende em um ato livre de disposição do seu corpo, esquecendo que estas mulheres foram impulsionadas à prostituição devido a elementos de ordem social: miséria, desemprego e deficiências do meio familiar: pobreza; por serem abandonadas pelo marido; por serem expulsas do lar por causa de gravidez indesejada; por terem filhos ilegítimos, etc. Ainda que os nossos reformistas não queiram admitir, a inferioridade social e econômica da mulher é a única responsável pela prostituição. Também cabe destacar que o desemprego está associado indiscutivelmente à venda do corpo. As mulheres, devido às características sexuais da sociedade patriarcal, têm o recurso do comércio do seu sexo, em lugar do roubo ou de golpes. Esta é uma razão da menor delinqüência entre as mulheres. Mas a prostituição é um negócio de homens. O Estado e a classe dominante – o homem –assentam o seu poder e os seus recursos econômicos sobre a exploração das mulheres. A prostituição, assim como a tortura domiciliar, estupro e o femicídio, constituem um claro expoente do machismo.Nem vocação nem liberdadeA ideologia machista, que afirma que a prostituta vende o seu corpo porque gosta, que se trata de um trabalho vocacional, refletiu em algum setor das prostitutas. À prostituta não causa prazer realizar serviços sexuais que só satisfazem ao homem. Vende seu corpo para poder sobreviver ou obter mais dinheiro. Ignora-se, entretanto, que a maioria das prostitutas não são livres. Nem as pobres, nem as ricas. Tanto as da rua ou as dos bares e clubes como as de luxo que exercem outro tipo de prostituição clandestina, de convite, de agenda, estão controladas por cafetões, que são os principais beneficiários do negócio. As máfias impedem que as mulheres públicas obtenham um benefício individual, pois trata-se de um negócio para homens e não para as mulheres. A ignorância frente aos fatos reais faz com que ninguém se volte contra a figura do cliente nem do cafetão. Onde se viu que para erradicar uma injustiça se ataque os explorados e não os exploradores? Quem compra é quem tem o poder.Sobre os clientes A clientela que procura as prostitutas é heterogenia, entretanto, a classe social a que pertence e suas condições econômicas não mantém diferenças substanciais na forma como se relacionam com a prostituição. A prostituição é o símbolo mais tangível da ditadura heterossexual da nossa sociedade: o macho impõem o seu desejo em troca de dinheiro. A superioridade econômica lhe permite assegurar os serviços de prostitutas. Foi dito que a prostituição é o ofício mais antigo do mundo. Isto se encaixa perfeitamente em nossa tese fundamental, a saber, que a mulher é a primeira classe explorada e oprimida pelo homem. Logo, tem seu sexo explorado individualmente ou de forma pública, quando o homem descobre que o comércio do sexo pode lhe beneficiar. Entre os povos primitivos atuais a prostituição é um fenômeno corrente. No nosso adiantado e progressista mundo capitalista, gigolôs e cafetões, agrupados em clãs e máfias supra-nacionais, enchem os bolsos com a exploração de mulheres escravizadas, sendo impossível para elas saírem do alucinante mundo da prostituição. O proxenetismo não só está representado pelos gigolôs que vigiam suas mulheres, mas também por todos aqueles que vivem, enriquecem, se aproveitam e engordam às custas das prostitutas. Homens que vendem, compram, espancam, maltratam e até assassinam estas mulheres.
Só a valentia de algumas, fartas de mau tratos e humilhações, permite que conheçamos a extorsão a que são submetidas.Soluções para a prostituição A loita organizada das prostitutas nascida na França está dividida em dois ramos fundamentais: a primeira, o setor com menos consciência de classe, mais reacionário, e que tem o visto bo dos proxenetas, defende o trabalho e quer exerce-lo mediante a legalização. As mulheres reclamam a liberdade para vender o seu corpo e a prática da prostituição por vocação. A outra ala do movimento, com a qual nos sentimos mais próximas, proclamam que a prostituição é degradante e vil, e apresenta um plano de medidas governamentais para reinsertar as prostitutas. Muitas mulheres que estão sem trabalho, sem meios econômicos, são vítimas das máfias e estão obrigadas a prostituírem-se. Estamos mais próximas deste setor porque as mulheres do primeiro ainda não descobriram que devem ser donas de seu corpo. Carmem Alcalde considera que “estas mulheres não entenderam que a sua única alternativa é exigir o direito à cultura, à informação e ao trabalho, por mais explorado e alienado que seja. Assim como os escravos preferiram mudar sua situação de servos corporais pelo trabalho nas minas ou nas fábricas. Assim como hoje seguem preferindo a venda da sua força de trabalho no lugar de vender a sua pessoa a um amo, as mulheres, se real-mente querem levar sua revolução sexual adiante, deveriam começar por gritar que são seres humanos com a mesma capacidade que os homens para integrar-se ao mundo do trabalho, político, cultural e criativo, monopolizado pela outra metade da população mundial”.O atroz é que, com a legalização, as máfias, mais ou menos distinguidas, que controlam a prostituição atuarão com maior impunidade. A legalização, que aceita o comércio do corpo da mulher e as relações que com ele estabelece o cliente e a prostituta, não fariam mais do que favorecer este negócio que nutre capitalistas, fascistas e inclusive democratas. Em uma palavra, o movimento feminista não pode tolerar a legalização da escravidão sexual. Somos partidárias, ainda sabendo que esta solução atenta contra muitos interesses, de adotar medidas adequadas para abolir a prostituição, com a criação de escolas de formação e lugares de trabalho para as prostitutas, penas elevadas para todo tipo de cafetão e multas para os clientes. É necessária uma transformação profunda da sociedade e, sobretudo, à tomada de consciência por parte das mulheres para sermos donas do nossos corpos e contrárias a qualquer tipo de exploração, incluída a sexual. Com a revolução feminista emergerá uma sociedade onde a prostituição não terá razão de ser.

27 de dez. de 2011


Distrito Federal.
No Eixão
 É o caso de Rosa, prostituta há cinco anos. Os programas que fazia no SCS — nas noites de segunda a sábado — já não eram suficientes para pagar o aluguel da casa em Sobradinho e a escola dos dois filhos pequenos. Há dois meses, ela decidiu trabalhar no Eixão — ao lado de outras poucas gatas pingadas. Trabalha todas as tardes, das 13h às 15h. Cabelos loiros e pele morena de jambo. Saia curta e pernas roliças à mostra. Rosa cobra R$ 30 pelo programa — R$ 10 a mais do que conseguia ganhar no concorrido SCS. ‘‘A gente vai onde o cliente está’’, argumenta.

Fonte: Renato Alves e Dante Accioly
Da equipe do Correio
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São Paulo.
São José do Rio Preto.
Prostituição está nas estradas da região.

                                                                                                                                                                           Xuxinha, 13, aparenta ter mais idade e é experiente. Alta, curvilínea e com cabelos loiros desbotados, está desde os 10 anos de idade nesta vida, em troca de pequenos pagamentos. Com quatro irmãos mais novos e pais desempregados, vê na prostituição a saída para seus problemas financeiros, embora a quantia recebida mensalmente - cerca de R$ 300,00 - não permita extravagâncias. Os programas variam entre R$ 5,00 e R$ 10,00 e garantem a droga e o sustento da família. Usa loló (uma espécie de droga) para encarar melhor a realidade e, como afirma, “para ter coragem, ser mais profissional e pensar só na grana”.
A.C.F. espera clientes debaixo do viaduto da rodovia SP

Fonte: José Luiz Lançoni.

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A prostituição ganhou uma nova modalidade na microrregião de Votuporanga. Em plena rodovia, mulheres se oferecem para os viajantes a preços que variam de R$ 5 a R$ 30.


 O Ministério Público determinou a abertura de um inquérito policial para apurar a suposta participação de menores nesses programas.

São 20 garotas que praticam esse tipo de prostituição.Elas se concentram principalmente na rodovia Euclides da Cunha (SP-320). O “ponto” é extenso: vai de Bálsamo a Santa Fé do Sul, já que, após a relação sexual, as prostitutas são levadas freqüentemente até outro ponto da rodovia, onde recebem 
o dinheiro e são dispensadas. As garotas fazem um rodízio de cidades. Vão de carona da cidade em que moram para outra. É uma forma de não ser reconhecidas por parentes ou amigos. Ficam às margens da SP-320, nos trevos de acesso ou debaixo de viadutos nos entroncamentos com outras estradas.

Fonte - Reportagem

A prostituição absorve milhares de jovens e mulheres e gera enormes benefícios para o crime organizado. A cada ano, milhares de mulheres são traficadas para a prostituição e para a indústria do sexo em todo o mundo. As práticas são extremamente opressivas e incompatíveis com os direitos humanos consagrados universalmente. O mercado sexual é uma forma contemporânea de escravidão e vários indicadores mostram o seu aumento e expansão no século XXI. Aproximadamente três quartos das mulheres traficadas não sabem que se destinam a clubes de strip, bordéis ou para as ruas, onde são vendidas a compradores ansiosos.

                                                                                   
A maioria das mulheres procura escapar da pobreza, da violência e da falta de oportunidades mas, uma vez sob o controle de cafetões, são apanhadas pela prostituição por coação e violência física, sexual e econômica. A prostituição é uma procura de mercado criada por homens que com-pram e vendem a sexualidade feminina para seu benefício pessoal e seu próprio prazer. As reformas legais deveriam criar soluções para assistir as vítimas e condenar os culpados. O combate contra a regulação da prostituição é, assim, uma luta de todas as mulheres, porque está em causa o reconhecimento do direito da mulher à dignidade. A legalização da prostituição significa que os Estados criarão regulamentações que permitem que as mulheres possam ser prostituídas. Na luta que travamos contra a globalização excludente que assola econo-mias nacionais, reverte direitos e, entre outros males, mercantiliza tudo e todas, está pautado o combate à mercantilização dos corpos das mulheres. Somos mulheres, não mercadorias!

Fonte: www. sof.org.br
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Um proxeta, vulgarmente conhecido por cafetão no Brasil e por chulo em Portugal, é alguém que pratica o proxenetismo, ou seja, procura e administra clientes para uma prostituta, além de facilitar a sua prostituição, seja em bordéis ou na prostituição de rua, de modo a ganhar uma parte de seus rendimentos. Costumeiramente, um proxeneta não força as prostitutas a ficar com ele, embora diversos recorram ao uso da força para mantê-las submissas e/ou maximizar seus lucros. Um proxeneta também costuma oferecer proteção, às suas prostitutas, de proxenetas e prostitutas rivais, ou de clientes abusivos. A prática é ilegal na maior parte dos países, atualmente. A maioria das pessoas que trabalha como proxeneta é homem, porém existem mulheres proxenetas, embora raramente na prostituição de rua. Uma mulher proxeneta é chamada de cafetina no Brasil. Uma mulher que gerencia prostitutas é geralmente chamada de "madame" (ou "Mama-san", no Japão e em alguns países orientais). Por diversas vezes os proxenetas em início de "carreira" se apresentam inicialmente como amantes ou figuras paternas para as prostitutas, que podem ser pessoas que fugiram de casa ou que tenham uma estrutura familiar disfuncional, antes de introduzi-las à prostituição e/ou à dependência de drogas. O relacionamento entre o cafetão e a prostituta pode ser abusivo e até mesmo violento, com o proxeneta frequentemente fazendo uso de manipulação, intimidação psicológica, e força física para controlar os membros de seu "rebanho".

VIDA DAS GAROTAS DE PROGRAMA PASSA LONGE DO GLAMOUR DAS TELA. 

16/03/2011 02h00 

No cinema ou na literatura, a coisa até parece fácil e divertida.
Mas, na real, a vida de uma garota de programa passa longe do clima de videoclipe do sucesso 
de bilheteria "Bruna Surfistinha". 
Há duas semanas em cartaz, o filme foi assistido por mais de 1 milhão de pessoas.
O longa é inspirado no livro"O Doce Veneno do Escorpião"(Panda Books),que relata as experiências de Bruna, codinome de Raquel Pacheco, 26, que viveu como garota de programa dos 17 aos 21 anos. 
O filme de Marcus Baldini, com Deborah Secco como Bruna, parece uma peça publicitária, mas traz 
um pouco do lado B da prostituição. Caso da passagem da personagem pelo chamado "baixo clero" dos bordéis, ou o famoso "vintão" -nome e preço do programa.
O longa e a história real de Bruna mostram também como tudo pode começar a partir de uma
brincadeira: na cena inicial, Deborah Secco encarna uma lolita que despe sua camisola via webcam. Pode ser o primeiro passo para um universo por onde transitam jovens (incluindo aí uma penca de adolescentes) que vendem o corpo para qualquer um que pague.
-
A jovem Drica, 24, vive no circuito de luxo da prostituição. 
Seus clientes são empresários,advogados e 
"todo tipo de gente com dinheiro". 
Ela conta que começou aos 21 anos, imaginando que ganharia altas cifras. 
Mesmo atendendo a "Clientes Vips", ela vivia sob o que chama de "Cárcere Privado".
"Entrava às 21h e era obrigada a ficar até às 4h da manhã. 
Só podia sair se pagasse multa de R$ 100, mesmo se estivesse passando mal."
-
Já Valentina, 22,apesar de formada em fisioterapia e moda,decidiu vender o corpo 
quando sua família, no interior paulista, sofreu um revés financeiro. 
Para ela, a violência pesou. 

"Há Clientes que Agridem, há Humilhação." 

Depois de dois anos como garota de programa, ela hoje é hostess de uma boate 
de São Paulo e observa dramas até piores aos que viveu.
"Há clientes hoje que querem uma parceira para o sexo e para se drogar em quantidades 
gigantescas", diz.
A cada cliente, existem novos perigos. 

Valentina tem Amigas que Desapareceram no Exterior, Aliciadas por Redes de Tráficos de Pessoas. 

Algumas são Mantidas Presas. 
"DIFICILMENTE VOLTAM."

Assim como o preço do programa,o perfil da prostituição entre jovens varia de acordo com a região 
do país. 
"No Norte e Nordeste, o problema é a pobreza extrema mesmo", 
Afirma: A Promotora Laila Shukair, 
da Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e da Juventude.

Famílias desestruturadas se tornam alvos fáceis de redes de tráfico de pessoas -a terceira atividade criminosa mais lucrativa no mundo, depois de drogas e armas.
O dinheiro que as meninas ganham vai embora tão rápido como veio. 
"É uma compensação. Se você não torra com drogas, gasta tudo no shopping".
diz Valentina.
-
Nas ruas desde os 20 anos, Ticiane diz que o pior é a solidão. 
"Não tenho mais vida pessoal, namorado ou amigos.
" Ela também reclama da violência. 
"Saí com três rapazes que me levaram para uma rua deserta. 
Se não fosse um vigia noturno, acho que tinha morrido."

A Promotora Shukair aponta três responsáveis. 
A Família falhou na educação. 
O Estado não garantiu o direito constitucional de essas adolescentes se desenvolverem sexualmente de forma saudável. 
E falhou a sociedade três vezes: 

"Na figura de quem Explora, de quem Paga e de Todos que se Omitem.".


Todos os nomes das meninas são fictícios.

fonte: www.correiodoestado.com.br


Mel, 18 anos, é garota de programa há oito meses em São Paulo, cobra R$ 500 o programa
Comecei porque meu pai é advogado aposentado e minha mãe é falecida. Eu sempre quis ser médica e a faculdade é muito cara e eu não tenho como pagar. Aí pensei: vou virar prostituta. Procurei na internet, descobri o Romanza (casa noturna de São Paulo onde se concentram cerca de 250 garotas de programa por noite) e fui pra lá. Comecei a fazer stripper também.

                                                                                           
Aprendi tudo lá. Não foi muito assustador porque a casa parece uma balada. Perdi a virgindade com 14 anos mas não sei com quantos caras transei antes de vir para a noite. Eu moro sozinha e meu pai não sabe. Faz dois meses que ele mudou pra Alagoas. Tenho uma irmã mais velha, ela tem 35 anos. Começamos a fazer terapia familiar e em uma sessão acabei contando a verdade pra ela. Foi um alívio, eu precisava contar pra alguém. Ela conversou muito comigo, me deu conselhos. Meu pai pensa que eu trabalho com eventos. Eu gosto do dinheiro. Poucas vezes senti prazer. Vou começar minha faculdade agora, a mensalidade é de R$ 3.000 (medicina veterinária). Comprei um carro. O ruim da profissão é não ter vida social direito, não ver a luz do sol e mentir para as pessoas que mais amo. Vou dormir geralmente umas 7h da manhã e acordo às 16h. Vou pra academia e venho trabalhar. Agora com a faculdade, que é integral, vou trabalhar mais atendendo pelo telefone e também por site. Gasto uns R$ 2.000 com beleza por mês. Antes eu era instrutora de uma escola de informática e ganhava R$ 350 mensais. Cobro no mínimo R$ 500 o programa e tiro uma média de R$ 6.000 por mês. Eu não gosto de "boy", gosto de cliente mais velho, de 50 pra cima. Chego na noite, dou um "close" e já vejo os que têm essa idade. Com eles é mais rápido, às vezes nem rola sexo. Eu nunca tinha beijado mulher, beijei aqui, mas percebi que não tenho dom nenhum pra ser lésbica. Meu primeiro dia na noite foi numa suruba. Já tive cliente famoso, a maioria jogador de futebol. Tenho um namoradinho, cliente meu. Ele é casado, quando está em crise me procura, me dá dinheiro. Mas eu sinto falta dele."

Fotos: Frederick Jean e Marcio Lanzarini/ÉPOCA
03/ 16/ 2011.

26 de dez. de 2011

DEPOIMENTO.

AFFFFF, SOU PUTA!
Estes dias lembrava da minha primeira vez como garota de programa. Não lembro muito bem na verdade, pois tenho o costume de tentar esquecer as coisas que considero ruins, então vou contar o pouco que lembro.
Aos 16 anos, havia muita cobrança de minha família em relação à emprego, e todas as vezes que pegava o jornal à procura, encontrava os anúncios “Precisa-se de garotas, moças, massagistas, salário R$ 2.500,00”. Sempre achei que deveria ser legal ser garota de programa, pelo que eu via nos filmes e novelas, ganhar muito dinheiro para ser desejada, para dar “prazer” a um homem… prazer este o qual eu não tinha nem idéia do que seria, pois era virgem ainda. Até o dia o qual perdi a tal virgindade com uma pessoa que me tratou como uma prostituta… foi direto ao ponto e no final falou: “o ônibus para você voltar para casa passa ali em frente”.
Porém estes não foram os principais motivos para procurar a prostituição. Sempre me achei uma menina feia, e hoje acho que na época também buscava auto-afirmação pois não tinha a estima muito alta. Sempre fui uma garota muito quieta, sem muitos amigos, e não me via sendo paquerada pelos garotos (hoje penso que não era por não ser bonita, mas sim pela timidez).
A curiosidade me fez ir até um destes anúncios, e assim cheguei no apartamento luxuoso onde se encontrava a “agenciadora” suas garotas e sua família, inclusive 3 meninas de 3,4 e 6 anos, suas filhas que conviviam em meio à prostituição. Entrei,e após meia dúzia de palavras pediu para que eu vestisse outra roupa pois teria um cliente. Comentei ser menor de idade, porém isso não mudou nada. Pedi para ir embora pois nunca tinha feito aquilo, e veio a proposta: -“ Vou lhe dar R$ 800,00 por 1 hora de programa. Você tem certeza que vai recusar isso? Vai ser só uma hora querida, e vai ser muito fácil!”
Pensei um pouco, sem saber bem o que estava fazendo aceitei a proposta. Em seguida veio a informação: “Vou te vender como virgem, então finja, grite, faça ceninha para ter relações em um bom motel, fale pouco e se faça de tímida.” Me entregou uma pomada e pediu água quente: “Para fechar a buceta… você toma banho, joga água bem quente e em seguida passa a pomada. Fica com ela até a hora de chegar no cliente, lá pede para ir ao banheiro e tira, entendeu?”
Chegando ao cliente, em um boteco, com um gordo careca e fedido, pediu pra me ver antes de confirmar se eu ficaria. Pegou nos meus seios e perguntou se eu era virgem mesmo. Respondi que sim e ele me pediu para ficar, trancando a porta e já tirando a roupa. Pedi para que me levasse a um motel, pois a agenciadora havia prometido uma primeira vez em um bom lugar. Ele disse que não, que faríamos ali mesmo, e me colocou em cima da mesa de bilhar. Eu fiquei quieta, e nem olhava mais para ele, até que resolveu colocar a roupa para irmos para um motel.
Chegamos em um motel, nestes que custam 15, 20 reais a hora. Ele pagou um pouco a mais pois eu havia “esquecido” a identidade. E ao entrar no quarto ele arrancou minha roupa, colocou a camisinha e fez o q tinha que fazer. Eu só fechei os olhos e deixei. Não sabia como agir…não sabia a hora certa de gemer ou de gritar, na verdade preferi nem pensar nisso, só queria ficar quieta e que passasse logo. Mesmo que eu quisesse gemer não conseguiria, pois não conseguia sentir quando seu pênis estava dentro ou fora(hoje sei que foi o menor pênis que já vi na minha vida, duro estava menor do que meu mindinho, e sua barriga mal o deixava encostar em mim).
Um pouco antes de gozar tirou a camisinha e gozou dentro de mim. Eu não senti quando ele tirou… devido ao tamanho dele e à minha inexperiência talvez, mas quando vi me senti muito mal e reclamei. Ele disse: -“Viu, você nem sentiu a diferença de tão arregaçada que está, não é virgem nem aqui nem na China! Não vou pagar o combinado pois pedi uma virgem!” Pediu para chamarem a agenciadora vir me buscar e foi embora. Esta foi minha segunda experiência sexual.
Ao chegar, a agenciadora perguntou o que eu havia feito de errado. Brigou comigo dizendo que deveria ouvir o que ela disse, pois não haveria erro. Deu-me os R$ 800,00 (acho que para eu não querer ir embora), pediu para que eu me arrumasse dentro do carro e passasse a pomada pois tinha mais um cliente.
Mais uma vez fiquei bastante assustada, mal havia me recuperado de um e já ia para outro?
Chegando lá, um gordinho simpático que trabalhava com informática me pediu para sentasse no sofá. Alí sentei e fiquei, olhando para ele sem saber o que fazer primeiro. Ele perguntou a minha idade, e eu respondi que tinha 18 anos… “Você tem certeza?” – Perguntou. Afirmei que sim, e ele me puxou para o quarto.
Tudo começou e perguntei se ele não ia colocar camisinha. Ele insistiu um pouco sem, e pedi novamente. Ele pediu para que eu pegasse, mas eu não carregava camisinhas. Pediu para que eu fizesse oral já que não havia preservativo, e perguntei se ele tinha aqueles plásticos de enrolar carne na geladeira, então eu enrolaria no seu pênis para fazer o oral (vi algum comentário sobre isso na televisão uma vez, só não sabia se falava do plástico certo). Ele Chegando lá, um gordinho simpático que trabalhava com informática me pediu para sentasse no sofá. Alí sentei e fiquei, olhando para ele sem saber o que fazer primeiro. Ele perguntou a minha idade, e eu respondi que tinha 18 anos… “Você tem certeza?” – Perguntou. Afirmei que sim, e ele me puxou para o quarto.
Tudo começou e perguntei se ele não ia colocar camisinha. Ele insistiu um pouco sem, e pedi novamente. Ele pediu para que eu pegasse, mas eu não carregava camisinhas. Pediu para que eu fizesse oral já que não havia preservativo, e perguntei se ele tinha aqueles plásticos de enrolar carne na geladeira, então eu enrolaria no seu pênis para fazer o oral (vi algum comentário sobre isso na televisão uma vez, só não sabia se falava do plástico certo). Ele riu e falou que não, colocando seu pênis na minha boca. Achei aquilo extremamente nojento, mas deixei minha boca aberta pra ele ficar colocando aquilo lá.
Acho que ele desistiu de mim… Parou o que fazia e perguntou se eu queria tomar um banho para ir embora. Nossa, já? – Pensei, imaginando que aquele tinha sido bem mais fácil do que o outro, mesmo sendo um pouco mais nojento.
Neste dia quando cheguei em casa, me tranquei no quarto e chorei bastante. Disse aos meus pais que passava mal no dia seguinte para não precisar ir para a escola, e passei 2 dias trancada no meu quarto chorando e pensando no que eu estava fazendo. Olhava todo aquele dinheiro e não tinha nem idéia do que deveria fazer com ele. Não poderia mostrar aos meus pais, não tinha conta em banco, não poderia comprar nada caro… até que depois de 2 dias resolvi ir até uma rua famosa de sapatos para comprar uma bota cano alto, que sempre tive vontade de comprar mas meus pais não deixavam. O resto do dinheiro guardei.
Eu sei o quanto essa minha atitude, de buscar conhecer este mundo, mudou o rumo da minha vida. 
Mas também tenho certeza que não tinha discernimento o suficiente para saber onde estava entrando.
Tenho certeza que, se não houvesse tantas discussões e cobranças, se houvesse diálogo ou abertura  em minha casa eu não teria ido a um lugar de prostituição ou retornado. Não sabia o quanto ter ido até lá me deixaria impotente em relação a muitas coisas que aconteceriam no futuro, por culpa ou frustração por ver todas as minhas amigas se formando, com algum caminho traçado e eu…...
Virando Puta.. KS.

 março 24, 2011
DEPOIMENTO.

Alana, 20 anos, prostituta há seis meses no Rio de Janeiro,
cobra R$ 400 e faz cerca de quatro programas por dia, de uma hora cada.

                                                                                                               
"Comecei a fazer programa há seis meses.
Antes, eu trabalhava como babá e no meu último emprego ganhava R$ 400 por mês.
Hoje, ganho R$ 1.600 por dia.
Estava desempregada há mais ou menos um ano e lendo os classificados de emprego acabei parando na parte de garotas de programa.
Vi que elas ganhavam em uma hora o que eu levava um mês para receber, aturando patrão.
Procurei uma agência, fui entrevistada e no mesmo dia comecei a trabalhar.
O primeiro homem já estava lá me esperando, um coroa que devia ter uns 50 anos.
A dona fez questão de dizer que era a minha estréia em programa.
Deu nojo, queria que acabasse logo.
Faço programas principalmente na Barra da Tijuca (bairro nobre do Rio). Geralmente os homens, em sua maioria casados, marcam em motéis, poucos são em casa.
Quando eu comecei tinha namorado, mas com o tempo fui tomando nojo de homem.
Eles são todos iguais: traem as mulheres.
Tem cara que chega no motel e liga para a mulher todo cheio de amorzinho.
Dizem que sair com prostituta não é traição, mas eu acho que é.
Sempre que eu saio para um programa eu sinto uma angústia, um medo de não voltar mais, de encontrar alguém violento, que não queira pagar.
Antes eu trabalhava com agência, mas agora faço tudo sozinha, me exponho mais.
Não tive muita chance na vida, fiz o Segundo Grau, mas quero mudar.
Não sei bem o que eu quero da vida, mas o que eu não quero eu sei: não quero continuar fazendo programa. Tenho clientes fixos, que aparecem toda semana, com a mesma história.
Já recebi propostas de casamento, mas eu não aceito, porque eu sei que o cara vai se casar comigo numa semana e na outra estará na cama com prostituta.
Já ganhei uma moto de um cliente, que eu vendi.
Em pouco tempo, eu consegui pagar todas as minhas contas e comprar computador, roupa, celular da moda, tudo.
O difícil de largar essa vida é se conformar em trabalhar depois para ganhar uma mixaria.
Minha mãe sabe o que eu faço, só ela.
Eu tive uma briga com uma das meninas da agência e ela de vingança ligou para a minha mãe e contou tudo.
Minha mãe é evangélica, conservadora, mas ententeu o meu lado.
Ela sabe que não gosto mas já viu que por enquanto não tem jeito.
Uma coisa estranha que aconteceu é que hoje eu perdi a vontade de fazer sexo.
Não tenho mesmo.
Acho que é mentira de quem diz que gosta, mas a gente finge para o cliente ficar satisfeito.
Não tem como você gostar de uma coisa que envolve dinheiro, você sabe que está se vendendo.
De vez em quando eu fico deprimida e aí vou ao shopping e compro algumas coisas para esquecer.
Vestido de roupa de marca de R$ 400 e penso: isso só me custou uma hora de trabalho.
Meu sonho é andar pela rua como uma pessoa normal, saber que eu sou normal, que eu trabalho em algo normal.
Hoje em dia, quando eu ando por aí, eu fico pensando que as pessoas olham para mim e pensam:essa mulher é prostituta.
Me visto normalmente, sou discreta, até porque às vezes eu tenho que ir à casa dos clientes.

Mas, para mim, está escrito na minha testa:

"Sou Prostituta."

Março 16, 2011.
Foto: Frederick Jean e Marcio Lanzarini/ÉPOCA

23 de dez. de 2011

Desejo um Feliz Natal e um Prospero Ano Novo a todos amigos e a vocês de todos os paizes que vieram nos prestigiar em nosso Blog Nossas Experiências, que é uma parte de mim pois trato com muito orgulho este trabalho, com uma equipe formada por Paulo Bueno Pensador, Andreia com muito amor, a Ellenis no Rio de Janeiro tratando o blog como seu filho, a Daniela nossa nova integrante e ao grande amigo Chang que contribuiu para a realização do blog, agradeço a todos porque sozinho não teria conseguido, muito obrigado. Tenho tentado transmitir a vocês todos que nos acessam a verem a realidade da vida sobre vários temas e espero que continuem nos visitando.

Senhor,
Sejam para o teu coração misericordioso
Todas as nossas alegrias, esperanças e aspirações
Ensina-nos a executar teus propósitos desconhecidos,
Abre-nos as portas de ouro das oportunidades do serviço
E ajuda-nos a compreender a tua vontade!...
Seja o nosso trabalho a oficina sagrada de bençãos infinitas,
Converte-nos as dificuldades em estímulos santos,
Transforma os obstáculos da senda em renovadas lições...
Em teu nome, semearemos o bem onde surjam espinhos do mal,
Acenderemos tua luz onde a treva demore,
Verteremos o balsamo do teu amor onde corra o pranto do sofrimento,
Proclamaremos tua benção onde haja condenações,
Desfraldaremos tua bandeira de paz junto as guerras do ódio!
Senhor,
Dai que possamos servir-te
Com a fidelidade com que nos amas,
E perdoa nossas fragilidades e vacilações na execução de tua obra.
Fortifica-nos o coração para que o passado não nos perturbe e o
futuro não nos inquiete,
A fim de que possamos honrar-te a confiança no dia de hoje
que nos deste para a renovação permanente até a vitória final.
Somos tutelados na Terra,
Confundidos nas lembranças de erros milenares
Mas queremos, agora, com todas as forças da alma,
Nossa libertação em teu amor para sempre!
Arranca-nos do coração as raízes do mal,
Liberta-nos dos desejos inferiores,
Dissipa as sombras que nos obscurecem a visão de teu plano divino
E ampara-nos para que sejamos servos leais de tua infinita sabedoria!
Da¡-nos o equilibrio de tua lei,
Apaga o incêndio das paixões que, por vezes, irrompe ainda,
no amago de nossos sentimentos,
Ameaçando-nos a construção da espiritualidade superior
Conserva-nos em tua inspiração redentora,
no ilimitado amor que nos reservaste
E que, integrados no teu trabalho de aperfeiçoamento incessante,
Possamos atender-te os sublimes designios, em todos os momentos,
Convertendo-nos em servidores fiéis de tua luz, para sempre!
Assim seja.

Considerando a alta significação do Natal em tua vida, podes ouvir e atender os apelos dos pequeninos esquecidos no grabato da orfandade ou relegados às palhas da miséria, em memória de Jesus quando menino; consegues compreender as dificuldades dos que caminham pela via da amargura, experimentando opróbrio e humilhação e dás-lhes a mão em gesto de solidariedade humana, recordando Jesus nos constantes testemunhos; abres os braços em socorro aos enfermos, estendendo-lhes o medicamento salutar ou o penso balsamizante, desejando diminuir a intensidade da dor, evocando Jesus entre os doentes que O buscavam, infelizes; ofereces entendimento aos que malograram moralmente e se escondem nos recantos do desprezo social, procurando-os para os levantar, reverenciando Jesus que jamais se furtou à misericórdia para os que os foram colhidos nas malhas da criminalidade, muitas vezes sob o jugo de obsessões cruéis; preparas a mesa, decoras o lar, inundas a família de alegrias e cercas os amigos de mimos e carinho pensando em Jesus, o Excelente Amigo de todos...
Tudo isto é Natal sem dúvida, como mensagem festiva que derrama bênçãos de consolo e amparo, espalhando na Terra as promessas de um Mundo Melhor, nos padrões estabelecidos por Jesus através das linhas mestras do amor.
Há, todavia, muitos outros corações junto aos quais deverias celebrar o Natal, firmando novos propósitos em homenagem a Jesus.
Companheiros que te dilaceraram a honra e se afastaram; amigos que se voltaram contra a tua afeição e se fizeram adversários; conhecidos caprichosos que exigiram alto tributo de amizade e avinagraram tuas alegrias; irmãos na fé que mudaram o conceito a teu respeito e atiraram espinhos por onde segues; colaboradores do teu ideal, que sem motivo se levantaram contra teu devotamento, criando dissensão e rebeldia ao teu lado; inimigos de ontem que se demoram inimigos hoje; difamadores que sempre constituíram dura provação. Todos eles são oportunidade para a celebração do Natal pelo teu sentimento cristão e espírita.
Esquece os males que te fizeram e pede-lhes te perdoem as dificuldades que certamente também lhes impuseste.
Dirige-lhes um cartão colorido para esmaecer o negrume da aversão que os manteve em silêncio e à distância nos quais, talvez, inconscientemente te comprazes.
Provavelmente alguns até gostariam de reatar liames... Dá-lhes esta oportunidade por amor a Jesus, que a todo instante, embora conhecendo os inimigos os amou sem cansaço, oferecendo-lhes ensejos de recuperação.
O Natal é dádiva do Céu à Terra como ocasião de refazer e recomeçar.
Detém-te a contemplar as criaturas que passam apressadas. Se tiveres olhos de ver percebê-las-ás tristes, sucumbidas, como se carregassem pesados fardos, apesar de exibirem tecidos custosos e aparência cuidada. Explodem facilmente, transfigurando a face e deixando-se consumir pela cólera que as vence implacavelmente.
Todas desejam compreensão e amor, entendimento e perdão, sem coragem de ser quem compreenda ou ame, entenda ou perdoe.
Espalha uma nova claridade neste Natal, na senda por onde avanças na busca da Vida.
Engrandece-te nas pequenas doações, crescendo nos deveres que poucos se propõem executar. Desde que já podes dar os valores amoedados e as contribuições do entendimento moral, distribui, também, as jóias sublimes do perdão aos que te fizeram ou fazem sofrer.
Sentirás que Jesus, escolhendo um humílimo refúgio para viver entre os homens semeando alegrias incomparáveis, nasce, agora, no teu coração como a informar-te que todo dia é natal para quem o ama e deseja transformar-se em carta-viva para anunciá-lo às criaturas desatentas e sofredoras do mundo.
Somente assim ouvirás no imo d’alma e entenderás a saudação inesquecível dos anjos, na noite excelsa:
"Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade, para com os homens" - vivendo um perene natal de bênçãos por amor a Jesus.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Espírito e Vida. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 60. LEAL Editora.
                                          PROSTITUIÇÃO - NO BRASIL


                                                                                                                                                                                                
                                           AS GAROTAS DO BRASIL


                                                                                                                                                                                        
O negócio é lucrativo e antigo. Como em todo ramo comercial, ajusta-se aos altos e baixos do mercado. Para garantir lucro maior em época de moeda desvalorizada e muita concorrência, eliminam-se intermediários. Os rufiões, cafetinas e gigolôs estão a caminho do período jurássico desde que as prostitutas começaram a se organizar e descobriram a autogestão. Autônomas, desenham um novo perfil para a profissão mais antiga do mundo.
Aliás, o nome prostituta é feio, uma ofensa. As mulheres que têm como produto o corpo e ganham uns trocados para satisfazer a libido alheio, hoje vendem programas. Politicamente corretas, são garotas de programa.

Estudo inédito da Faculdade de Ciências Humanas da Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec) revela o submundo das garotas do Brasil. A pesquisa, que ainda não terminou, traça o perfil econômico e psicológico de cerca de 7 mil prostitutas de Belo Horizonte. Com base em projeções, os pesquisadores mineiros chegam à situação nacional. Coordenado pelo psicólogo Emerson Tardieu, o projeto Trajetória e Vida das Profissionais do Sexo revela que o país possui um exército de 1,5 milhão de pessoas que cobram para fazer sexo.

No ramo, o domínio é feminino. São 98% de mulheres e 2% de homens com diploma de prazer garantido ou o dinheiro de volta. Ali também estão prostitutas com 10 anos de carreira, tempo máximo de sobrevida com tudo em cima, moças de calçada, de hotéis, boates e que anunciam em jornais e revistas.

Na tropa, apenas 4% são analfabetas, pelo menos 70% tem o primeiro grau completo e 8%, cerca de 120 mil, fazem parte do seleto time hoje apelidado de Capitu — uma referência à personagem de Giovana Antonelli na novela Laços de Família, que faz a alegria da rapaziada para poder sustentar o filho pequeno, pagar a faculdade particular, a prestação do apartamento dos pais, comprar roupas caras e, claro, fazer uma poupança básica para o rebento não passar por tudo aquilo que ela passou. 
                                            
                                            Cofrinho


                                                    
Para sustentar-se na categoria luxo, essas meninas alimentam o cofrinho com mais de R$ 2.700 por mês. São 218% a mais do que ganhará um futuro analista judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. 

‘‘Não é de assustar que a metade dessas meninas entrem para a prostituição para complementar a renda da família’’, explica Emerson Tardieu. Mas como apenas R$ 2.700 não são suficientes para pagar a prestação da casa própria, escola, fraldas, supermercado, papinhas, leite em pó, roupas de marcas famosas e jantares em restaurantes caros, o psicólogo aposta que as top de linha levam muito mais, algo como R$ 4 mil líquidos, sem desconto de imposto de renda, INSS, taxa para pagamento de sindicato ou plano de saúde. No clube-das-lulus das altas rodas, não se usam roupas, unhas ou cabelos que, mesmo em pensamento, possam ser associados à vulgaridade das rainhas do baixo meretrício. 
A zona delas é :                                     
                                           CLASSE "A". 


                                                       
Pelo menos na semântica do sexo, o apelido dessas meninas é importado.
A curiosidade é que começam a rejeitar o politicamente correto ‘‘garotas de programa’’ e atendem por scorts ou coisa mais simples como hot-call-girls. Traduzindo: garotas ‘‘quentes’’ que esperam sua ligação a qualquer hora do dia ou da noite e estão prontas para satisfazer sabe-se lá o quê. Ser uma hot-girl exige fino trato, cabelo sedoso, pernas de veludo e cintura de Barbie.

Como aparência não enche barriga, pelo menos por muito tempo, um curso superior ou a intenção de um vestibular garantem pontos extras no quesito ‘‘eu sou mais inteligente que você’’. ‘‘É uma forma delas tapearem, até diminuírem o tamanho da culpa por terem o corpo como um produto. Por isso inventam nomes diferentes e hierarquias para diferenciar pobres e ricas. Fica combinado que as pobres são prostitutas e as ricas não’’, aponta o psicólogo e coordenador da pesquisa, Emerson Tardieu. ‘‘Está certo que não se misturam, não se conhecem, mas, vamos e convenhamos, são todas do mesmo ofício’’, diz.
                                 
                                     Uma Barbie Luxo.


                      
                                                            
Chegar até as garotas de programa não é tão fácil como se imagina. 
Fora do estigma da prostituta comum, pode ser qualquer pessoa.

Em 71% dos casos, as famílias não têm nem idéia da atividade econômica que gera vestidos de até US$ 5 mil pendurados no armário. ‘‘Meus pais pensam que trabalho com moda, sou gerente de uma importadora de roupas no bairro chique de Brasília’’, despista Márcia, uma morena de 1,75m, universitária, 59 kg, cara de modelo de revista fashion.

Aos 25 anos, Márcia chegou no nível máximo da prostituição. Fatura até R$ 5 mil por mês, tem clientes fixos, é mimada com jóias de design exclusivo, freqüenta colunas sociais, vive na ponte aérea São Paulo-Brasília-Rio de Janeiro, conhece gente de novela e, por enquanto, nem sonha em concluir o estágio obrigatório exigido pela faculdade para ganhar o diploma de professora.


                                                          
‘‘São R$ 300 por seis horas de trabalho, quatro vezes na semana. Sábado e domingo, se necessário. Gasto essa quantia em uma tarde no salão de beleza’’, metralha, sem nenhuma modéstia. 
Para engrossar a pesquisa do professor Tardieu, Márcia, que nem se chama Márcia e nem sob tortura revela o nome verdadeiro, às vezes, só às vezes, sente-se deprimida e estressada com a vida que leva. 
Rebola para esconder dos pais, não participa da vida social do amigos de universidade, não tem namorado, aliás não fala sobre o assunto, morre de medo da violência de algum cliente, embora não tenha sofrido nenhuma e chegou a contratar um segurança particular para protegê-la.

A garota está nos 76% que vivem no auge do estresse e depressão computados pela pesquisa. Na vida da superstar do sexo, cuidados são poucos para driblar curiosos e pretensas concorrentes. 
Amizades, Márcia diz ter apenas duas, mais do que o suportável para uma garota de seu nível. 
Reprova, sem sombras de dúvidas, o comportamento bonzinho e coitadinho ‘‘daquela prostituta da novela, como é mesmo o nome dela?’’. 

Capitu, na pele de Giovana Antonelli, personagem número um na simpatia popular da novela Laços de Família, parece que aprendeu bem a lição da classe.

Prostituta, de jeito nenhum. 
A moça é gente fina, garota de programa, informa sua empresária, que atende por Fernanda, sem sobrenome. 
Segundo ela, o público confunde — sem explicar o porquê — garotas de programas, prostitutas, call-girls, hot-call-girls, scorts e afins. 
‘‘Se a pesquisa for sobre prostituição, te afirmo que a personagem Capitu não é uma’’, garante.

Márcia aponta, que Capitu é muito ‘‘amiguinha’’, ‘‘boazinha’’ e que a novela está toda errada. 


Erro um: não toma cuidados na hora de marcar seus encontros. 
Márcia garante que isso é coisa primária. 


Erro dois: envolve-se emocionalmente com dois homens, possíveis namorados, Isso pode atrapalhar os negócios. 


Erro três: desfila sensualidade em tops, camisetas e chega ao cúmulo de misturar unhas pretas ‘‘vulgaríssimas’’, com maquiagem berrante.

Erro quatro: a amiga pentelha que também se faz de coitadinha e comenta cada detalhe do programa da noite anterior. 


Erro cinco: programas só a noite? Está errado. 
Call-girls atendem a qualquer hora do dia. 


Erro seis: dizer que para os clientes que tem que voltar para casa cedo porque precisa cuidar do filho. 
Para Márcia, isso é coisa de iniciante.

No fim das contas, defende a colega do folhetim e jura que ela não é tão má quanto imagina, mas que apesar de ser ficção serve para desmistificar o ideal de prostituta mesquinha, vulgar, que fala palavrão a cada cinco minutos. 


‘‘E eu? 
Detesto o nome prostituta. 
Não sou’’, responde, convicta. 
É o que, então? ‘‘CALL-GIRLS’’. 
(DG)

fonte:www.oblatas.org.br

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