NOSSAS EXPERIÊNCIAS: 2012-04-01

4 de abr. de 2012


                                               Preconceito Racial.


 O preconceito racial é o que mais se abrange em todo o mundo, pois as pessoas julgam as demais por causa de sua cor, ou melhor, raça. Antigamente, era comum ver-se negros africanos acompanhados de belas louras nórdicas ou de outras partes da Europa. Não existia o menor preconceito entre esses casais nem em relação a eles.

Para os brasileiros, porém, era algo inédito e escandaloso; faziam-se piadas insinuando que o sucesso dos negros se devia ao fato de que eram muito bem dotados anatomicamente para o sexo. Uma visão preconceituosa típica, que procurava desqualificar o negro e que escondia, às vezes, uma boa dose de inveja.

Os negros e asiáticos que iam estudar na Europa, no entanto, possuíam uma cultura igual ou superior a de qualquer estudante branco, uma vez que haviam freqüentado boas escolas em seus países, indo finalmente aprimorar seus estudos na Europa ou nos Estados Unidos. Não havia nenhuma desigualdade que dificultasse uma estreita convivência entre eles.

No Brasil, pretende-se erradicar o preconceito racial ou racismo com leis. Só a educação poderá esclarecer a todos, sobretudo aos brancos, o que representou para a raça negra o que lhe foi imposto pelo Tráfico Escravista. A Igreja se julgava com o direito de catequizar aqueles que nada sabiam da religião católica.

O Governo nada fez, depois da Abolição, para dar aos ex-escravos condições de estudar e conquistar um lugar na sociedade. O Brasil está muito longe de ser um país onde todos sejam iguais.

O espaço e a visibilidade que o negro tem em nossa sociedade, não permitem que ele sirva de referência. Estudos realizados pelo IBGE mostram que no Brasil os brancos recebem salários superiores, cerca de 50%, aos recebidos pelos negros no desempenho das mesmas funções, e que o índice de desemprego desses também é maior. No campo da educação, o analfabetismo, a repetência, a evasão escolar são consideravelmente mais acentuados para os negros.

No Brasil, a porcentagem de quem se declara de cor Branca é maior, sendo eles 47,7 % e se destacando mais na região Sul de nosso país. Em seguida, vem a população de cor Parda, com 43,13 % e com maior parte na região Norte. Depois, em menoria, quem se declara de cor Preta é 7,61% da população, sofrem com o preconceito racial e estão em maior parte na região Sudeste do Brasil.

Com tudo isso, percebemos que o preconceito é um dos problemas mais graves em todo o mundo, e que as pessoas precisam se conhecerem melhor, independente de cor ou raça, sendo branco, preto, índio ou qualquer outro tipo, devemos respeitar e zelar pelo próximo.

Fonte : Rafael Pedretti

3 de abr. de 2012

EXEMPLOS DE FORÇA DE VONTADE

Aos 19 anos, Jéssica Mendes de Figueiredo sente um misto de ansiedade e expectativa.


Assim como a maioria dos jovens nesta idade, a menina está radiante com o novo status de caloura universitária. Na semana passada, ela começou a cursar fotografia no Instituto de Ensino Superior de Brasília (Iesb). Em dois anos, Jéssica fará parte do pequeno grupo de brasileiros com síndrome de Down que possuem diploma de educação superior %u2014 atualmente são apenas sete, segundo o Ministério da Educação.

Dados do Censo de Ensino Superior elaborado pelo MEC apontam que há, atualmente, 2.173 alunos portadores de necessidades especiais matriculados em universidades, sendo 1.135 em instituições públicas e 1.038, em particulares. Porém, desse total, o ministério não sabe precisar quantos têm síndrome de Down. A pasta nem sequer tem programas específicos para esse público. As ações são majoritariamente voltadas à questão de acessibilidade.

Apesar da falta de políticas governamentais específicas, a nova rotina universitária não assusta Jéssica. Ela já cogita no futuro fazer uma segunda graduação, em moda %u2014 curso no qual também foi aprovada. Mas optou por fotografia desta vez, porque tem uma verdadeira paixão por imagens de natureza e paisagem. %u201CEspero que o curso seja dinâmico e que o professor goste de interagir com os alunos%u201D, diz a jovem.

A mãe, Ana Cláudia, conta que a vontade de fazer vestibular partiu da filha. %u201CAcho que por ela ter estudado em um regime de ensino regular, sempre conviveu com esse ambiente já no colégio. Por isso se interessou muito em prestar vestibular%u201D, diz a professora.

Ana Cláudia ainda comemora o sucesso da filha, mas compartilha a ansiedade comum entre os pais cujos filhos acabaram de ingressar no ensino superior:Acredito que ela estará lidando com pessoas mais maduras, mas com certeza vai conquistar o espaço dela.

O psicólogo Eduardo Rios, especialista em análise do comportamento, explica que o receio de Ana Cláudia é natural em todos os pais, e não se restringe àqueles que têm filhos com síndrome de Down. Eles são comunicativos, sentimentais e amáveis. Isso colabora muito para a integração com os colegas, analisa Rios.

Na opinião de Marcos Mazzotta, membro fundador do Laboratório Interunidades de Estudos sobre Deficiências (Lide), da Faculdade de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a principal barreira para a inclusão desse público é o estigma e a discriminação negativa. Realidade que Valéria Tarsia Duarte, mãe de Érica Duarte Nublat, 25 anos, fez o possível para evitar.

Valéria também enfrentou algumas dúvidas quando a filha decidiu cursar pedagogia no Instituto Superior de Educação Franciscano Nossa Senhora de Fátima, no Distrito Federal. Segundo Valéria, uma das maiores preocupações era o lugar em que a filha estudaria. %u201CNão queria que fosse uma instituição grande e pouco acolhedora, como a Universidade de Brasília, por exemplo%u201D, relata. Érica acabou optando pela instituição que já conhecia, por ser parte do mesmo grupo do colégio em que havia concluído o ensino médio.

A preocupação com o acolhimento desses alunos não é exclusiva dos pais. Em fevereiro, Kalil Assis Tavares, 21 anos, foi o primeiro candidato com síndrome de Down a ser aprovado no vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele vai cursar geografia.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da UFG, Dulce Barros de Almeida, a instituição já estava preparada para recebê-lo. Temos as sensibilidades necessárias. Inclusive, vou me reunir com os professores do curso de Kalil para verificar se eles precisam de apoio, adianta.

Capacitação.

O caso da UFG, no entanto, é exceção. Segundo a presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), Maria de Lourdes Marques Lima, um dos maiores problemas em termos de políticas educacionais para esse público é a capacitação dos professores, que ainda é muito desarticulada. O especialista da USP Marcos Mazzotta concorda: Temos que ter ações efetivas de formação dos professores, com enfoque especializado para dar esse suporte, afirma Mazzotta.

Na opinião do deputado federal Romário (PSB-RJ), conhecido pela militância do tema no Congresso Nacional, o Brasil precisa investir urgentemente em políticas inclusivas. Acho lamentável, por exemplo, o governo federal e o MEC não terem dados sobre esse tipo de deficiência%u201D, comenta o parlamentar.


LISTA DOS EXEMPLOS.

1- Debora Seabra – Curso Normal – Natal, RN
2-Humberto Suassuna – Educacao Fisica em Recife.PE
3- Joao Victor -Educacao Fisica – Curitiba. PR
4- Erica Noublat – Pedagogia -Brasilia. DF
5- Ana Carolina Fruit – Pedagogia – Joinville. SC
6 – Henrique Bezerra – Historia Maceio, AL
7 – ?? – fisioterapia – Rio Grande do Sul e mudou para artes cenicas
8- Samuel Sestaro – Moda – Santos, SP
9– Priscila Silveira – Gastronomia – Santos, SP
10 – Kalil Tavares – Geografia – Goiania – GO
(faderal)
11 – Jessica Figueiredo – Fotografia e Moda - Brasília – DF
12-  Maria Marandini – Artes – RS (federal)

Cromossomo.

A síndrome de Down é uma alteração genética que ocorre pela presença de um cromossomo a mais, o par 21, na fecundação do óvulo. Estudos apontam que mulheres a partir dos 35 anos têm uma maior probabilidade de gerar bebês com a deficiência. Como a síndrome se trata de uma alteração cromossômica, é possível realizar um diagnóstico pré-natal utilizando diversos exames clínicos, como, por exemplo, a amniocentese (pulsão transabdominal do líquido amniótico, entre as semanas 14 e 18 de gestação) ou a biópsia do vilo corial (coleta de um fragmento da placenta).


9 de março de 2012.
Fonte: www.pernambuco.com

1 de abr. de 2012

Depoimentos de Pessoas que Convivem com a Deficiência Auditiva


Creso João Santos Pinto - Filho e Pai de Surdo.

Nossa vida era normal e com a vinda do João continuou sendo. Sabia de muitos riscos que eram ocasionados pela rubéola, mas não o específico da surdez.

Já tive outro surdo na família. Meu pai ficou surdo pequeno devido a uma meningite e morreu bem antes de o João nascer.

Minha reação quando soube da surdez de João foi de surpresa, e achei uma ironia do destino ter outro surdo na família.

Procuramos nos adaptar à nova realidade e proporcionar ao João os atendimentos necessários a ele, e acho que fizemos tudo o que deveria ser feito.

Penso que diante de uma situação destas é necessário encarar com naturalidade o destino. É lamentável, mas o que se vai fazer?Observo que existe, na sociedade, um grande desconhecimento e uma grande ignorância sobre o assunto.

O surdo não desperta nas pessoas a real gravidade desta limitação, pois o surdo tem menos segurança que o cego, e isso é perigoso para eles, pois necessitam aprender com muita atenção. Viver desligado é condição sine qua non do silêncio.

Por exemplo: se um cachorro rosnar atrás dele, ele vai ouvir? Se houver uma briga, um conflito, ele vai ouvir? Se está pegando fogo em casa ele nem escuta os gritos das pessoas. Eles precisam ser muito trabalhados, conscientizados sobre os problemas do mundo que os cerca.

A Língua de Sinais e a leitura labial são os únicos recursos que eles têm. Em se tratando de surdo total, é muito difícil para eles falarem, como é o caso do meu filho. Meu pai não era surdo total e falava, mas só ouvia quando gritavam no ouvido dele.

É preciso distinguir o grau de surdez para se definir o trabalho a ser aplicado, pois um é totalmente diferente do outro. O surdo total deverá ter um trabalho mais específico e especial.

Minha convivência com meu pai era difícil, pois as pessoas falavam e ele entendia tudo diferente. Quando ouvia uma palavra errada, ele repetia errado e as pessoas riam e debochavam dele. Ao atravessar a rua, os carros buzinavam e paravam em cima dele, e ele ficava irritado e brigava sempre com o motorista. Ele era muito teimoso e não gostava de usar aparelho

Fabio Antônio Barbosa - deficiente auditivo

Quando era criança, falava muito errado, e meus pais e familiares achavam bonitinho.
Cresci, na escola não prestava atenção na aula, porque, não entendia nada que o professor falava, no ditado era um pavor, ficava 'grudada' na voz do professor para ouvir a palavra corretamente, mas perdia-a no meio do caminho, ficava pensando, porque tinha que ser assim, mas para mim era normal, pois não sabia o que estava acontecendo, passei para o colegial, e sempre no meu canto, continuava não entendendo nada, ouvia mas, não entendia nada, com isso perdi muitos ensinamentos.

Fui para a faculdade, que horror, não entendia nada que os professores falava, ia para casa triste, pegava os livros e estudava tudo o que o professor havia esplicado, me formei com meus próprios méritos.

Já trabalhando como profesor, o Diretor me pediu para fazer um exame com um médico especialista (otorrino) , pois o Estado exigia tal exame, foi quando descobri que eu tinha uma perda auditiva muito acentuada.

Hoje, estou usando aparelho auditivo, e o que queria dizer é que se minha família, meus professores tivessem me observado, minha vida teria sido muito melhor em todos os sentidos.

E que o meu depoimento não seja em vão, e que o governo possa levar mais informação para a escola, televisão e outros meios para que possa 'salvar' uma criança,pois eu vivi no meu mundo e só hoje depois de 30 anos é que pude ouvir o canto de um pássaro.

Depoimentos extraídos do site do INES.
(Instituto Nacional de Educação de Surdos)

Tradutor