NOSSAS EXPERIÊNCIAS: 2011-11-27

3 de dez. de 2011

Os esteróides anabolizantes, ou apenas anabolizantes, são drogas relacionadas ao hormônio masculino Testosterona fabricado pelos testículos. Os anabolizantes possuem vários usos clínicos, nos quais sua função principal é a reposição da testosterona devido a algum déficit ocorrido por algum problema de saúde. Além desse uso médico, eles levam ao crescimento da musculatura, aumento da síntese (produção) de proteína e de cálcio nos ossos (efeito anabólico) e ao desenvolvimento das características sexuais masculinas tais como crescimento do órgão genital masculino e dos pelos, engrossamento da voz, aumento da libido e da potencia sexual, etc. (efeito androgênico). Por estes motivos estas substâncias são muito procurados por atletas ou pessoas que querem melhorar a performance e a aparência física. Esse uso estético não é médico, portanto é arriscado e ilegal, podendo acarretar sérios problemas à saúde.

A literatura aponta para o potencial dos esteróides anabolizantes de criar dependência. Os motivos que levam a esta são desconhecidos, pois a forma como são utilizados torna difícil para os pesquisadores chegarem à conclusões a respeito da frequencia, duração do uso e dosagens para gerar dependência. Os sintomas de abstinência como, depressão psicológica, fadiga, inquietude, insônia, perda do apetite, diminuição da libido, "craving", dores de cabeça, insatisfação com imagem corporal e, raramente, ideação suicida. Também já foram referidos. Contudo, nenhuma síndrome de abstinência foi psiquiatricamente descrita.
Outros nomes
No comércio brasileiro, os principais medicamentos à base dessas drogas e utilizados com fins ilícitos são: Winstrol®, Androxon®, Durateston®, Deca-Durabolin®. Porém, além destes, existem dezenas de outros produtos que entram ilegalmente no País e são vendidos em academias e farmácias.
Formas de Ingestão
Os esteróides anabolizantes podem ser tomados na forma de comprimidos ou injeções.
Anabolizantes
Freqüentemente são combinados diferentes anabolizantes supondo que a interação destes produziria um aumento maior da musculatura e de sua efetividade, além de minimizar os efeitos negativos. Esta prática é chamada de "stacking" ("empilhamento").
Outra forma de uso dessas drogas é chamado de "cycling" ("cíclico") no qual o período de uso acontece durante semanas ou meses, é interrompido por um tempo, e depois inicia-se o uso novamente.

Efeitos e Riscos à Saúde
Icterícia, tremores, aumento da pressão sangüínea, acne severa, tumores no fígado, retenção de líquidos, provoca diminuição dos índices de HDL (a forma boa do colesterol), e dores nas juntas.
AnabolizantesNo homem: há uma diminuição da produção e da qualidade de espermatozóides, os testículos reduzem de tamanho, impotência, infertilidade, aumento da próstata, dificuldade ou dor para urinar, desenvolvimento de mamas, calvície, maior chance de canceres do rim e fígado e ataque cardíaco.
AnabolizantesNa mulher: voz grossa, aumento do clitóris, crescimento de pêlos faciais, alterações ou ausência de ciclo menstrual, diminuição de seios.
AnabolizantesNo adolescente: maturação esquelética prematura, puberdade acelerada levando a um crescimento raquítico.
O abuso de anabolizantes, principalmente em altas doses, pode causar também uma variação de humor incluindo agressividade e raiva incontroláveis que podem levar a episódios violentos. Esses efeitos são associados ao número de doses semanais utilizadas. Usuários, freqüentemente, tornam-se deprimidos quando param de tomar a droga. Ainda podem experimentar um ciúme patológico, extrema irritabilidade, ilusões, podendo ter uma distorção de julgamento em relação a sentimentos de invencibilidade, distração, confusão mental e esquecimentos.
Aqueles que usam a droga via injeções correm o risco de compartilhar seringas e contaminar-se com o vírus da AIDS ou da hepatite.

Fonte: www.hospitalalberteinstein.com.br

Alucinógenos Sintéticos

Perturbadores ou Alucinógenos sintéticos são substâncias fabricadas (sintetizadas) em laboratório, não sendo, portanto, de origem natural, e que são capazes de promover alucinações no ser humano. Vale a pena recordar um pouco o significado de alucinação: "é uma percepção sem objeto".
Isto significa que, mesmo sem ter um estímulo (objeto) a pessoa pode sentir, ver, ouvir. Como exemplo, se uma pessoa ouve uma sirene tocando e há mesmo uma sirene perto, esta pessoa está normal; agora se ela ouve a sirene e não existe nenhuma tocando, então a pessoa está alucinando ou tendo uma alucinação auditiva.
Da mesma maneira, sob a ação de uma droga alucinógena ela pode ver um animal na sala (por exemplo um elefante) sem que, logicamente, exista o elef! ante; ou seja, a pessoa está tendo uma alucinação visual.
O LSD-25 (abreviação de dietilamina do ácido lisérgico) é, talvez, a mais potente droga alucinógena existente. É utilizado habitualmente por via oral, embora possa ser misturado ocasionalmente com tabaco e fumado. Algumas microgramas (e micrograma é um milésimo de uma miligrama que, por sua vez, é um milésimo de um grama) já são suficientes para produzir alucinações no ser humano.
O efeito alucinógeno do LSD-25 foi descoberto em 1943 pelo cientista suiço Hoffman, por acaso, ao aspirar pequeníssima quantidade de pó num descuido de laboratório. Eis o que ele descreveu: "Os objetos e o aspecto dos meus colegas de laboratório pareciam sofrer mudanças ópticas.
Não conseguindo me concentrar em meu trabalho, num estado de sonambolismo, fui para casa, onde ! uma vontade irresistível de me deitar apoderou-se de mim. Fechei as cortinas do quarto e imediatamente caí em um estado mental peculiar, semelhante à embriaguez, mas caracterizado por imaginação exagerada. Com os olhos fechados, figuras fantásticas de extraordinária plasticidade e coloração surgiram diante de meus olhos".
O seu relato detalhado das experiências alucinatórias levou a uma intensa pesquisa desta classe de substâncias, culminando, nas décadas de 50 e 60, no seu uso psiquiátrico, embora com resultados pouco satisfatórios.
O MDMA (MetilenoDioxoMetAnfetamina), conhecido popularmente como ÊXTASE foi sintetizado e patenteado por Merck em 1914, inicialmente como moderador de apetite.
É uma droga de uso relativamente recente e esporádico no Brasil. Além de seu efeito alucinógeno, caracterizado por alterações na percepção do tempo, diminuição da sensação de medo, ataques de pânico, psicoses e alucinações visuais, provoca efeitos estimulantes como o aumento da freqüência cardíaca, da pressão arterial, boca seca, náusea, sudorose e euforia.
Em resumo o MDMA é a droga que, além de produzir alucinações, pode também produzir um estado de excitação, o que é duplamente perigoso. Dado que este produto é ainda pouco usado no nosso meio (e seus efeitos! psíquicos não diferem muito dos do LSD) ele não mais será mencionado neste folhetim.

Fonte: Portal São Francisco
As drogas e suas implicações na sociedade atual.

Estatísticas
Drogas mais consumidas
1º Alcool
2º Tabaco
3º Inalantes
4º Remédios
5º Maconha
6º Crack
7º Cocaína
8º Exctasy
Vejam que as mais consumidas são permitidas por lei, e a quinta droga mais consumida é a primeira das ilegais… Pense nisso!
Uso de drogas entre jovens de 13 a 18 anos
Alcool 84%
Tabaco 40%
Inalantes 22%
Maconha 10%
Cocaína 5%
Enviado por Milton Mussini
em 20 de maio de 2008 |

2 de dez. de 2011

Maconha X Tabaco (cigarro)

Muitas pessoas ainda insistem em comparar o cigarro de maconha com o cigarro convencional de tabaco, dizendo que o THC faz menos mal do que a nicotina.
Pois bem, vamos desvendar esse mistério em duas linhas de raciocínio:

1ª linha – O Lado Comercial/Financeiro

A maioria das pessoas não consegue enxergar que existe uma pressão muito forte por parte das empresas fabricantes de cigarro (tabaco) do mundo todo, em legalizar o comércio da maconha, pois o lucro seria muito, mas muito superior ao do cigarro convencional.
Algumas empresas já tem até a parte de marketing pronta para o novo produto, de modo que, assim que for legalizado, entra no mercado no dia seguinte, com campanha publicitária e tudo mais. Agora, imaginem que o cigarro de tabaco é a droga mais consumida no mundo e a maconha, é a quarta droga mais consumida, se esta última tiver seu comércio legal, com certeza, ocupará o primeiro lugar em dias
Mais uma vez as empresas produtoras de cigarros não estão nem um pouco preocupadas com a saúde de seus “clientes”.
A verdade é uma só, no mundo capitalista em que vivemos, o ser humano é uma simples ferramenta e o principal é o lucro a ser obtido.

2ª linha – O Lado Técnico ou Farmacológico

A Nicotina:

A nicotina é o principal elemento ativo da planta tabaco (fumo). Uma curiosidade, é que a nicotina, na agricultura é usada como pesticida. Sintomas: ardor na garganta, sudorese, hipertensão arterial, arritmia e câncer pulmonar.
Que o cigarro faz mal, todos concordamos e temos em nossas mentes os malefícios que essa droga traz aos seus usuários.

Agora vejamos o thc:

Tetrahidrocanabinol (thc) – o thc é o elemento ativo da planta da maconha. Esse elemento é o responsável pelos efeitos maléficos da maconha. Sintomas: sonolência, perda de noção de “tempo e espaço” (minutos parecem horas e quilômetros parecem metros), perda de concentração, tendência ao isolamento, impotência sexual, taquicardia, sede, náuseas, perturbações de estado emocional (hora ri, hora chora).

Causa dependência, o que não se fala sobre a maconha.

O alcatrão é uma substância encontrada tanto no tabaco como na maconha. Sabe-se que o alcatrão da maconha é mais cancerígino que o do tabaco e também faz com que a defesa do organismo fique menor.
Hoje, com os avanços tecnológicos e da engenharia genética, é possível produzir maconha com altos graus de thc, sendo que essa qualidade da maconha é chamada de skank, e existem também as cultivadas em águas tratadas (hidro-cultura) que aumente o índice de thc de 8% para 36%.

Causa dependência, aí esta…Tanto o tabaco, como a maconha, são drogas e fazem mal a nossa saúde e causam dependência, logo, não importa discutir se uma faz mais ou menos mal que a outra, a verdade é que as duas fazem mal, assim seria lógico coibir o uso do cigarro ou permitir o comércio da maconha?

1 de dez. de 2011

Efeitos agudos físicos

A ação do álcool sobre o psiquismo. Doses iniciais desencadeiam sintomas de euforia e bem estar, gerando um clima sociável e receptivo. O aumento do consumo produz incoordenação motora e marcha cambaleante (ataxia). Níveis acentuados de consumo levam à sonolência, sedação e em casos mais graves, ao coma.
Aumento da diureseRedução dos reflexos motores, marcha cambaleante
Náuseas e vômitos
Aumento da freqüência e da pressão sanguínea.
Álcool
A ação do álcool sobre o psiquismo. Doses iniciais desencadeiam sintomas de euforia e bem estar, gerando um clima sociável e receptivo. O aumento do consumo produz incoordenação motora e marcha cambaleante (ataxia). Níveis acentuados de consumo levam à sonolência, sedação e em casos mais graves, ao coma.

Efeitos crônicos
Síndrome de abstinência - Inicia-se horas após a interrupção ou diminuição do consumo. Os tremores de extremidade e lábios são os mais comuns, associados a náuseas, vômitos, sudorese, ansiedade e irritabilidade. Casos mais graves evoluem para convulsões e estados confusionais, com desorientação temporal e espacial, falsos reconhecimentos e alucinações auditivas, visuais e táteis (delirium tremens).
Álcool
O consumo intenso de álcool por longos períodos leva ao aparecimento de sintomas de abstinência. Casos mais graves evoluem para quadros confusionais, com desorientação no tempo e espaço, falsos reconhecimento e alucinações visuais e auditivas. Isso é denominado delirium tremens.
Complicações clínicas
O álcool tem ação tóxica direta sobre diversos órgãos quando utilizado em doses consideráveis, por um período de tempo prolongado (quadro 3).
As mais freqüentes são [estômago] as gastrites e úlceras, [fígado] hepatites tóxicas, esteatose (acúmulo de gordura nas células do fígado, decorrente da ação tóxica do álcool sobre suas membranas), cirrose hepática, [pâncreas] pancreatites, [sistema nervoso] lesões cerebrais, demência, anestesia e diminuição da força muscular nas pernas (neurites), [sistema circulatório], miocardites, predisposição ao depósito de placas gordurosas nos vasos, com risco de infartos, hipertensão e acidentes vasculares cerebrais (derrames). O álcool aumenta o risco de neoplasias no trato gastrintestinal, na bexiga, na próstata e outros órgãos.
Quadro 3: Principais complicações decorrentes do uso crônico e intenso de álcool
Sistema
gastro- intestinal
Hepatopatias (esteatose e cirrose hepáticas, hepatite)
Pancreatite crônica
Gastrite
Úlcera
Neoplasias (boca, língua, esôfago, estômago, fígado, ...)
Sistema
circulatório
Cardiomiopatias Hipertensão arterial sistêmica
Sangue
Anemias (especialmente a anemia megaloblástica) Diminuição na contagem de leucócitos
Sistema
nervoso periférico
Neuropatia periférica
Sistema
reprodutor
Impotência (homens) Alterações menstruais e infertilidade (mulheres)

Efeitos do Álcool O que é estar alcoolizado?

O indivíduo é considerado alcoolizado se estiver com taxa a partir de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue.
A taxa de álcool no sangue varia de acordo com o peso, altura e condições físicas de cada um. Mas, em média, a pessoa não pode ultrapassar a ingestão de duas latas de cerveja ou duas doses de bebidas destiladas, se não, já está considerado alcoolizado.
Com
0,6 g/litro
de sangue,
o risco de
acidente é
50% maior
Com
0,8 g/litro
de sangue,
o risco de
acidente é
quatro vezes maior
Com
1,5 g/litro
de sangue,
o risco de
acidente é
25 vezes maior
Quantidade de álcool por litro de sangue (em gramas)* Efeitos
0,2 a 0,3 g/l - equivalente a um copo de cerveja, um cálice pequeno de vinho, uma dose de uísque ou outra bebida destiladaAs funções mentais começam a ficar comprometidas. A percepção da distância e da velocidade são prejudicadas
0,3 a 0,5 g/l - dois copos de cerveja, um cálice grande de vinho, duas doses de bebidas destiladasO grau de vigilância diminui, assim como o campo visual. O controle cerebral relaxa, dando sensação de calma e satisfação
0,51 a 0,8 g/l - três ou quatro copos de cerveja, três copos de vinho, três doses de uísqueReflexos retardados, dificuldades de adaptação da visão a diferenças de luminosidade, superestimação das possibilidades e minimização de riscos e tendência à agressividade
0,8 a 1,5 g/l - a partir dessa taxa, as quantidades são muito grandes e variam de acordo com o metabolismo, com o grau de absorção e com as funções hepáticas de cada indivíduoDificuldades de controlar automóveis, incapacidade de concentração e falhas na coordenação neuromuscular
1,5 a 2,0 g/lEmbriaguez, torpor alcoólico, dupla visão
2,0 a 5,0 g/lEmbriaguez profunda
5,0 g/lComa alcoólica
Tomando-se por base a ingestão de álcool por um indivíduo que pese 70 kg
Fonte: www.alcoolismo.com.br
Álcool
A palavra álcool origina-se do árabe al-kuhul que significa líquido.
As bebidas alcóolicas representam as drogas mais antigas das quais se têm conhecimento, por seu simples processo de produção. Obtidas pela fermentação de diversos vegetais, segundo procedimento no início primitivos e depois cada vez mais sofisticados, elas já estavam presentes nas grandes culturas do Oriente Médio e são utilizadas em quase todos os grupos culturais, geralmente relacionadas a momentos festivos.
Os mais antigos documentos da civilização egípcia descrevem o uso do vinho e da cerveja. A medicina egípcia, respeitada em toda a região mediterrânea, usava essências alcóolicas para uma série de moléstias, enquanto meio embriagador contra dores e como abortivo. O vinho entre os egípcios era bebido em honra à deusa Isis.
O consumo de cerveja pelos jovens era comum; muitos contos, lendas e canções de amor relatam os seus poderes afrodisíacos. O seu uso social e festivo era bem tolerado, embora, já no Egito, moralistas populares se levantassem contra o seu abuso "por desviar os jovens dos estudos". A embriaguez, no entanto, era tolerada apenas quando decorrente de celebrações religiosas, onde era considerada normal ou mesmo estimulada.
Na Babilônia 500 a.C., a cerveja era oferta aos deuses. Nas culturas da Mesopotâmia, as bebidas alcóolicas existiram, com certeza, no final do segundo milênio a.C.; aos poucos, a cerveja à base de cereais foi substituída por fermentados à base de tâmaras. A fermentação da uva também é regularmente mencionada. O uso medicinal de produtos alcóolicos é comum.
O consumo de álcool nas civilizações gregas e romanas é bem conhecido. Ele era utilizado tanto pelo seu valor alimentício, quanto para festividades sociais. Ressaltamos apenas a associação entre o uso do vinho e certas práticas e concepções religiosas representadas pela popular figura do Bacchus. Durante longos períodos, o consumo de vinho era proibido para as mulheres, interdito do qual testemunham também os relatos bíblicos. Lembramos ainda que o vinho é parte integrante de cerimônias católicas e protestantes, bem como no judaísmo, no candomblé e em outras práticas espiritas.
O consumo de bebidas alcóolicas é amplamente difundido no Brasil, onde se consome mais álcool per capita do que leite.
Nos anos 20, nos Estados Unidos, houve uma proposta de coibição legal do uso de bebidas alcóolicas chamada Lei Seca. Porém, durou pouquíssimo tempo. O seu fracasso deu-se devido à pressões econômicas que fácil e vitoriosamente se interpuseram, além de que o próprio consumidor encontrou uma forma sutil e prática para alimentar suas necessidades.
O principal agente do álcool é o etanol (álcool etílico).
As bebidas alcóolicas são elaboradas a partir da fermentação de produtos naturais: vinho (fermentação da uva); cerveja (fermentação de grãos de cereais); outros (fermentação do mel, cana de açúcar, beterraba, mandioca, milho, pimenta, arroz etc.).
Bebidas alcóolicas destiladas - como cachaça, rum, uísque ou gim - são obtidas através da destilação de bebidas fermentadas.Efeitos físicos e psíquicos
Provoca um efeito desinibidor. Em caso de uso mais intenso, pode favorecer atitudes impulsivas e, no extremo, levar à perda da consciência chegando-se ao coma alcóolico.
Com o aumento do seu uso, diminui a potência sexual.
O uso crônico de doses elevadas leva ao desenvolvimento de dependência física e tolerância.
Em caso de supressão abrupta do consumo, pode-se desencadear a síndrome da abstinência caracterizada por confusão mental, visões assustadoras, ansiedade, tremores, desregulação da temperatura corporal e convulsões. Dependendo da gravidade dos sintomas, pode levar à morte.
"Delirium tremens": quadro de abstinência completamente instalado (estado de consciência turvo e vivência de alucinações, principalmente táteis).
Nomes populares: birita, mel, mé, pinga, goró, cana, loirinha.
De modo geral, considera-se que as mulheres correrão menos riscos de desenvolverem problemas de saúde, aquelas que ingerirem até 7 doses de álcool por semana ou 3 por dia, enquanto os homens poderão ingerir até 14 doses na semana ou 4 no mesmo dia. O cálculo semanal das unidades de álcool permite a determinar o uso de baixo risco, uso nocivo e dependência para os homens e para as mulheres. Efeitos agudos
O álcool é um depressor do cérebro e age diretamente em diversos órgãos, tais como o fígado, coração, vasos e na parede do estômago. A intoxicação é o uso nocivo de substâncias, em quantidades acima do tolerável para o organismo. Os sinais e sintomas da intoxicação alcoólica caracterizam-se por níveis crescentes de depressão do sistema nervoso central. Inicialmente há sintomas de euforia leve, evoluindo para tonturas, ataxia e incoordenação motora, confusão e desorientação e atingindo graus variáveis de anestesia, entre eles o estupor e o coma. A intensidade da sintomatologia da intoxicação tem relação direta com a alcoolemia. O desenvolvimento de tolerância, a velocidade da ingestão, o consumo de alimentos e alguns fatores ambientais também são capazes de interferir nessa relaçaõ.
Algumas coisas podem alterar a ação do álcool no corpo. A presença de alimentos no estômago diminui a velocidade de absorção. Bebidas frisantes e licorosas são absorvidas com maior rapidez.
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Quadro 2: Níveis plasmáticos de álcool (mg%) e sintomatologia relacionada
Alcoolemia (mg%)
Quadro clínico
30
Euforia e excitação Alterações leves da atenção
50
Incoordenação motora discreta Alteração do humor personalidade e comportamento Não é permitido dirigir acima desse nível alcoólico
100
Incoordenação motora pronunciada com ataxia Diminuição da concentração Piora dos reflexos sensitivos Piora do humor
200
Piora da ataxia Náuseas e vômitos
300
Disartria Amnésia Hipotermia Anestesia (estágio I)
400
Coma Morte (bloqueio respiratório central)

Apresentações e modo de uso


Substância lícita que possui uma variedade incontável de bebidas ao redor do mundo, obtidas por fermentação ou destilação da glicose presente em cereais, raízes e frutas. É consumido exclusivamente por via oral. O consumo de álcool é medido por doses. Uma dose equivale a 14 gramas de álcool. Para obter as doses-equivalentes de uma determinada bebida, é preciso multiplicar a quantidade da mesma por sua concentração alcoólica. Tem-se, assim, a quantidade absoluta de álcool da bebida. Em seguida, é feita a conversão: 1 dose para cada 14g de álcool da bebida.

Quadro 1: Unidades de álcool em cada dose de bebida
BebidaVolumeTeor AlcoólicoQuantidade de Álcool (Volume x Teor Alcoólico)Gramas de Álcool (Volume de Álcool x 0,8*) Dose 1D = 14g
Vinho Tinto
150ml
12%
18ml
14,4g
1
1 lata de Cerveja
350ml
5%
17,5ml
14g
1
Destilado
40ml
40%
16ml
12,8g
1
(*) A quantidade de álcool em gramas é obtida a partir da multiplicação do volume de álcool contido na bebida pela densidade do álcool (d=0,8).
O álcool é a substância química mais utilizada pela humanidade. Está presente na maioria das festas e rituais religiosos. Quase todos os países do mundo, onde o consumo é aceito, possuem uma bebida típica da qual se orgulham.

Álcool

Há uma grande variedade de bebidas alcoólicas espalhadas pelo mundo, fazendo do álcool a substância psicoativa mais popular do planeta.
Dia mundial de luta contra a AIDS. Pessoal Se protejam, namorem brinquem mas usem preservativos. O hiv não vem escrito na testa e se decidirem transar sem preservativos façam e  faça o teste do hiv antes, eu mesmo fiz agora de novo, é gratis indolor, e pode salvar muitas vidas voce que nunca fez fassa, não interessa se é casado ou não fassam um bom dia a todos.

de Paulo Bueno
Em 1981 o Centro de controle de doenças norte-americano (CDC) apresentava ao mundo a definição de uma nova patologia: a Síndrome da imunodeficiência adquirida, a AIDS. Casos de morte que esperavam esclarecimento desde 1978 foram diagnosticadas. Pesquisas se multiplicaram, a atenção da opinião pública do mundo ocidental focalizou rapidamente o problema. Em poucos anos, o vírus responsável foi identificado e denominado HIV. Inicial e infelizmente, porém, a síndrome foi associada quase exclusivamente à homossexuais, impedindo a aplicação de métodos preventivos em relação a outras formas de transmissão, entre elas de fundamental importância, a via sangüínea. Esta é a responsável pela transmissão tanto de mãe para filho como pelo consumo de drogas por via intravenosa (IV) (principalmente heroína e cocaína). Em 1991, aproximadamente 28% dos casos diagnosticados com AIDS tinham a via intravenosa como a única forma de transmissão do vírus nos Estados Unidos.

O surgimento do HIV obrigou adaptações extremamente custosas tanto dos serviços de assistência a dependentes (não acostumados a enfrentar esta doença infecciosa) como de clínicos, inaptos para lidar com o rol de complicações da Dependência de substâncias psicoativas. Os usuários intravenosos de cocaína costumam consumir a droga em grupos, compartilhando a mesma seringa ou agulha. Desta forma, microorganismos presentes no organismo de um usuário são diretamente injetados no próximo. Este uso ritual possibilita a chegada direta do HIV ao sangue do usuário, sem a mínima proteção que é representada, por exemplo, pelas mucosas ano-genitais durante uma relação sexual insegura (sem o uso de preservativo).

Quando o crack surgiu, esta forma do consumo de cocaína se disseminou rapidamente, tomando uma parte do lugar anteriormente ocupado pelo uso IV, por apresentar o mesmo perfil de efeitos da cocaína (p.ex. ação imediata e grande concentração no sangue). Inicialmente pesquisadores viveram uma espécie de alívio, na esperança da redução da transmissão do vírus. Esta expectativa, contudo, foi uma grande frustração científica, pois embora tenha realmente havido uma redução da incidência de casos, esta foi muito menor que a projetada anteriormente.
Este fato se deve, provavelmente, às características intrínsecas das drogas de abuso: o consumo de qualquer droga (inclusive o álcool) reduz a capacidade do indivíduo evitar a continuidade do consumo (de qualquer substância) e, ao mesmo tempo, reduz a capacidade de evitar relações sexuais sem a prevenção adequada (uso de camisinha).
Outro aspecto que contribui para a transmissão, como explicado no capítulo anterior, é a relação entre consumo de cocaína e prostituição. A associação de consumo de drogas e AIDS resultou, também, em uma nova estratégia para a redução do impacto do problema, conhecida como "Redução de danos", participante de programas de Saúde em praticamente todo o mundo ocidental, sem no entanto obscurecer o papel do tratamento voltado à abstinência completa e de todas as drogas.
Perfil de usuários de cocaína e crack no Brasil 

Estudo mostra que 2,3% da população consomem cocaína, enquanto o crack, inferior a 1%. Artigo foi publicado em periódico da Fiocruz.

Com o objetivo de conhecer o perfil dos usuários de cocaína e crack no Brasil, uma equipe da Unidade de Pesquisa em Álcool e outras Drogas (Uniad), vinculada à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), localizou e analisou a produção científica sobre o tema desde meados dos anos 80, o que inclui artigos, teses, dissertações e capítulos de livros.
Esse trabalho de revisão bibliográfica mostra que 2,3% da população brasileira consomem ou já consumiram cocaína, sendo o percentual inferior a 1% para crack. Embora essas drogas sejam utilizadas por uma parcela relativamente pequena dos brasileiros, elas representam um importante fator de risco para a transmissão da Aids e de outras doenças: os usuários, em geral, apresentam grande número de parceiros sexuais, praticam sexo sem proteção e mantêm relações sexuais em troca de drogas ou de dinheiro para adquiri-las.
Os resultados dessa revisão estão em um artigo publicado recentemente na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz.

700 viciados Um dos trabalhos comentados no artigo foi desenvolvido com cerca de 700 indivíduos que utilizavam cocaína na forma injetável e viviam em Santos, Salvador, Rio de Janeiro, Itajaí (SC), Corumbá (MS), Cuiabá e Goiânia. Os participantes consumiam a droga, em média, sete vezes por dia e 71% deles compartilhavam seringas.
Nas cidades de Santos e Itajaí, a taxa de infecção pelo HIV chegou a 70% entre os indivíduos estudados. "Usuários de drogas injetáveis também estão expostos a outras doenças além da Aids, como tuberculose e hepatite C", lembram a terapeuta ocupacional Lígia Bonacim Duailibi e co-autores do estudo. Usuários de cocaína e crack são especialmente vulneráveis às mortes por causas externas (acidentes e violências).
Regiões Sul e Sudeste
A produção científica sobre o tema revela, ainda, que os usuários de cocaína são, em sua maioria, adolescentes e jovens do sexo masculino das regiões Sul e Sudeste. No entanto, segundo levantamentos realizados entre 1987 e 2004 com estudantes de diferentes capitais brasileiras, o percentual de usuários de cocaína se manteve mais ou menos constante ao longo do tempo em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, enquanto se observou aumento significativo em capitais do Nordeste, como Salvador, Recife e Fortaleza.
Outros levantamentos mostram um crescimento progressivo do consumo de cocaína e crack entre crianças e adolescentes moradores de rua, sobretudo nos estados do Sul e do Sudeste, embora o consumo por essa população tenha começado a se acentuar também no Nordeste.
Dificuldade de relacionamento na família
Segundo o artigo da revista Cadernos de Saúde Pública, uma pesquisa com estudantes universitários de São Paulo constatou que os usuários de cocaína, geralmente, tinham dificuldades de relacionamento na família. Lares desestruturados também são uma característica comum entre os usuários de crack, que, majoritariamente, são homens pobres, com menos de 30 anos de idade, desempregados e com baixa escolaridade.
"Nos últimos anos, usuários de crack começaram a aparecer entre os grupos de maior renda, embora a droga ainda seja mais prevalente entre as classes menos favorecidas", dizem Lígia e co-autores. Há indícios de que o tabaco e o álcool, seguidos pela maconha, são as primeiras substâncias psicoativas consumidas por um adolescente que se tornará um usuário de crack.
Tratamento
Quanto ao tratamento, pesquisas apontam que os usuários de cocaíca e crack, já em meados da década de 90, representavam mais da metade dos atendimentos relacionados ao uso de drogas ilícitas nos ambulatórios especializados.
"Entre as drogas ilícitas, o crack é talvez a substância cuja demanda por tratamento mais aumentou nos últimos anos. Porém, o perfil dos usuários de crack torna difícil para esses indivíduos aderirem ao tratamento, o que exige propostas mais intensivas e adequadas para cada fase do tratamento", sugerem no artigo os pesquisadores.
Em seu trabalho de revisão, eles concluem que, embora as informações sobre o consumo de cocaína e crack no Brasil ainda sejam incipientes, já existe um material de qualidade suficiente para subsidiar a atualização das políticas públicas referentes ao tema.
Fonte: Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein

30 de nov. de 2011

Depoimento.

"Tinha gosto de querosene" "Tem umas três semanas que comprei uma pedra de crack. Pelo menos o cara falou que era crack. Mas ela tinha um gosto de querosene. Depois de um tempo, eu passava a mão na boca e percebia que tinha óleo. Pensei que fosse coisa da minha cabeça por estar lombrado (drogado). Depois, conversei com um colega e ele me falou desse tal de óxi estavam vendendo como se fosse crack. Após esse dia, dei sorte de só comprar pedra boa, pura mesmo. Sei que esse negócio (óxi) já está circulando entre a molecada aqui de Ceilândia. Ninguém quer morrer. A gente não quer comprar pedra pirata, mas, quando a vontade aperta, não tem jeito. Quando vem a vontade, não me importo se é óxi, crack. Quero mesmo é fumar e ficar doidão." , 30 anos, usuário de drogas desde os 14 "Tipo um crack piorado" "Minha vida mudou de ponta a cabeça há uns quatro meses, quando mataram meu pai. Ele estava na condicional, cumpria pena por ter praticado vários roubos.
Meteram bala nele quando ele estava chegando em casa. Não precisava disso, ele já estava arrependido do que fez. Ainda chorava a morte do meu pai quando minha mãe teve um infarto quatro dias depois. Minha vida acabou ali. Depois de toda essa desgraça, conheci o crack e até hoje não saí. Todo mundo já se ligou que tem uma mistura diferente por aí. Na semana passada, fumei umas oito com gosto de gasolina. Ouvi dizer que é esse tal de óxi, tipo um crack piorado. Já consegui comprar uma pedra por R$ 3 chorando." , 19 anos, usuária de crack há cinco meses "Mata mais rápido" [FOTO2]"Eu já comprei uma pedra de crack no Plano (Piloto), que a fumaça era meio escura. Nem parecia que eu estava fumando crack. Achei diferente, porque fumo todo dia e nunca tinha visto aquilo. Hoje, é mais comum ver pedra com essa fumaça. Dizem que é óxi, que é mais perigoso, que mata mais rápido. O negócio é que, quando a gente está doidão, não quer saber se é crack, óxi, maconha.
O que a gente quer é uma coisa para fumar. Todo mundo vai morrer um dia mesmo. Tenho um filho que vai fazer 8 anos no mês que vem. Morro de vontade de vê-lo. Queria sair dessa vida, sim, mas parece que, quanto mais a gente tenta, mais tentação aparece. Agora é o óxi." , 30 anos, usuário de drogas há cinco anos
"Uma vez dependente é muito difícil ficar livre da droga", é o alerta feito pelo professor e pesquisador José Carlos Galduróz, do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Prevenir parece ser a melhor alternativa diante de estatísticas que mostram que o número de usuários dependentes que conseguem deixar as drogas está em torno de 30%. É na prevenção que a escola atua. Nessa "terra de ninguém" como diz Galduróz, em que apesar dos caminhos serem diversos, parece não haver dúvidas sobre o importante papel que a escola desempenha.

O perigo da generalização
Não há um modelo, uma fórmula, uma metodologia para abordar a questão das drogas na escola. "A generalização é perigosa" diz Elson da Silva Lima, que é professor e pesquisador do Departamento de Medicina Preventiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pois desconsidera a diversidade de usuários, tipos de drogas utilizadas, efeitos e conseqüências, além de contextos que envolvem usuários.

Galduróz afirma que "o comum é 'importar' programas de outros países e aplicá-los aos nossos jovens, porém as realidades são diferentes". Nos Estados Unidos, por exemplo, o consumo de maconha e cocaína entre estudantes é grande. Já no Brasil, os estudantes usam mais os solventes, como o esmalte, éter, acetona e até "corretor branquinho" - que está no próprio estojo - antes, inclusive, do que drogas como cocaína e maconha. "Parece óbvio que um programa que dê ênfase à cocaína terá um sucesso pequeno entre nossos estudantes", diz o pesquisador. Na opinião dos pesquisadores, trazer a diversidade para a sala de aula na abordagem da questão das drogas é um interessante caminho para evitar os estigmas e preconceitos que emergem quando o tema é tratado, além de discutir as particularidades de cada escola, de cada realidade, criando formas de abordagem próprias que podem ser mais duradouras e eficazes.

Qual o alcance da proibição?
Proibir realmente funciona? Até que ponto a proibição é um fator inibidor ao consumo de drogas? Estas foram questões que envolveram o professor Elson Lima durante sua pesquisa de doutorado, que buscou avaliar como isso funciona na "cabeça de estudantes" de escolas públicas de Campinas (SP). A pesquisa, que envolveu alunos do ensino fundamental (7ª e 8ª séries) e médio, mostra que os estudantes podem adquirir facilmente tanto drogas lícitas, quanto ilícitas, reforçando a hipótese inicial do pesquisador de que "usar ou não uma substância passa mais por um crivo individual do que por qualquer pressão que possa ser feita". "Nem sempre adianta dizer que faz mal para saúde, porque a decisão além de pessoal, também é circunstancial", afirma. Lima defende a idéia de que "a preocupação é desmedida entre drogas lícitas e ilícitas. O álcool e o cigarro trazem muito mais danos sociais, do ponto de vista da saúde pública, do que drogas ilegais", e acredita que a ação deveria ser mais direta sobre estas drogas.

O comportamento de usar substâncias psicoativas é visto no campo epidemiológico como uma doença e os parâmetros de avaliação são geralmente os casos extremos - o não uso ou a dependência crônica - desconsiderando que há inúmeras pessoas que experimentam e não desenvolvem dependência. Diferente de uma doença transmissível - em que a pessoa não quer pegar a doença e o papel da epidemiologia é de retirar o indivíduo da exposição aos fatores de risco -, no uso de drogas a exposição é voluntária e a proibição não apresenta os resultados esperados, explica Lima. Essa também é a opinião de Galduróz que lembra que "a repressão é apenas um dos braços da prevenção e provavelmente não é o mais importante. Se assim fosse os Estados Unidos estariam livres das drogas".

"Faça o que digo, não faça o que eu faço"
Quase não existem abstêmios, ou seja, pessoas que não utilizam nenhuma substância psicoativa - entre elas chá (mate), café, chocolate, tabaco e álcool - o que termina criando entre os educadores o receio de se enquadrar na frase": "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Essa observação do pesquisador Elson Lima, que também atua junto a professores da rede pública de Campinas, chama a atenção para o fato de que não se pode desconsiderar que, entre médicos, professores e pesquisadores, há usuários de substâncias psicoativas. Contudo, esse não pode ser um obstáculo à abordagem da questão na escola. "Os professores sentem-se despreparados, eles não querem ocupar uma posição moralista, senão não poderiam beber, por exemplo, o que acontece em muitos casos", comenta o pesquisador. Para Lima, é preciso também questionar esse "ideal", essa imagem do ser humano perfeito. Ressalta ainda que, o silêncio de educadores, médicos e pais será preenchido por outras vozes que ecoam da mídia, dos colegas na escola e fora dela.

Walter Ude, professor adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ressalta ainda o tratamento da questão das drogas na escola pelos professores de escolas situadas nas periferias das cidades. "É uma questão delicada porque envolve o estigma, o conflito com a lei, o narcotráfico e a possibilidade de violência contra o professor". Ude, que está iniciando um projeto com uma escola vinculada à UFMG, acredita que seja importante propiciar uma discussão que envolva todo o corpo docente, os alunos e os familiares, criticando o fato da escola ainda se eximir de discutir a temática. As drogas são, em grande parte, objeto de discussão apenas das disciplinas voltadas às ciências naturais.

Em seu projeto, Ude busca criar grupos de discussão sobre o tema, além de coletar informações com os alunos. Nesse sentido, a questão que orienta a aproximação com a escola é: "Banalizar ou valorizar a vida?". Essa abordagem indireta, na opinião do pesquisador, cria menos resistências e expõe menos os alunos e professores. Outro aspecto importante é que a questão incita o aparecimento de outros temas como violência e desemprego, o que na opinião do pesquisador é essencial para evitar uma abordagem reducionista, que desconsideraria que o uso de substâncias psicoativas está inserido no tecido social. "A dimensão pessoal e social precisam ser trabalhadas sem distinção uma da outra" diz Ude. Ele exemplifica, "quando se aborda a questão das drogas estamos lutando contra o consumo, o que é bastante complexo ao pensarmos que vivemos numa sociedade pautada no consumo e em que a liberdade individual tem sido bastante focalizada, desconsiderando a dimensão social da liberdade".

O silêncio social
Abordar ou não a questão das drogas com crianças das séries iniciais? Esta é uma questão que ocupa muitas vezes espaço na preocupação de professores. O professor Elson Lima conta que já foi radicalmente contra falar com crianças sobre drogas, "eu pensava que estas questões não faziam parte do universo delas". Hoje, sua experiência na área o faz pensar que não se pode deixar de falar sobre drogas com as crianças, especialmente sobre o tabaco e o álcool. "A exposição tem começado cada vez mais cedo, cerca de dez anos para o álcool, e quanto mais cedo maior a tendência à dependência, além do que, indiretamente, as crianças têm sido vítimas da conseqüência do uso de drogas como o álcool", diz Lima. O pesquisador chama a atenção para o enorme espaço ocupado na mídia pelas empresas de bebidas alcoólicas, que têm lançado mão também de desenhos animados, como tartarugas, que também atingem as crianças e desabafa, "em compensação há pouco espaço para que profissionais da área divulguem seus trabalhos".

"O silêncio social", em relação ao uso de drogas, em especial o tabaco e álcool é, na opinião de Lima, um fator preocupante não apenas em relação às crianças, mas também em relação aos estudantes universitários. Lima conta que a discussão sobre o uso de drogas nas escolas superiores estaduais paulistas tem mobilizado pesquisadores da USP, Unesp e Unicamp. Eles estão buscando desenvolver projetos, em que "o que se quer é responsabilidade, é cuidado com a vida, é criar uma nova cultura dentro da universidade". Acontecerá no dia 23 de outubro de 2002, nas três universidades, o "Dia de Alerta sobre o uso indevido de álcool", em que as pessoas serão orientadas quanto às formas de beber sem provocar riscos à própria saúde e à de outros. Além disso, acontecerão palestras, fóruns de discussão, distribuição de panfletos educativos, testes sobre o consumo de álcool e o risco associado, entrevistas com especialistas, exposições, apresentações teatrais e de vídeos, testes com simulador de direção e bafômetro. A campanha desvia o foco da proibição, procurando não cercear a liberdade individual nem impor comportamentos, tendo como maior meta a sensibilização da comunidade universitária quanto a necessidade de uma maior cautela quanto ao uso do álcool, visando o que chama de "redução de danos".

O evento está inserido em um grande programa de iniciativa do Grea (USP) por meio do projeto "Desenvolvimento de proposta política sobre drogas para universidades públicas estaduais de São Paulo", financiado pela Fapesp, e com o apoio da Secretaria Nacional Anti-Drogas, da CIEE e da Fundação Zerbini. Durante o evento, serão também apresentados resultados recentes de levantamentos feitos por pesquisadores sobre o uso de drogas nessas universidades.

Ao menos duas característias da droga ajudam a explicar por que ela se espalha pelo país. A primeira é seu potencial alucinógeno. Assim como o crack, o óxi pode estimular em um usuário o dobro da euforia provocada pela cocaína. A segunda razão é seu preço. "O crack não é uma droga cara, mas o óxi é ainda mais barato", diz Philip Ribeiro, especialista em dependência química do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). "Quando surge uma droga mais poderosa, mais barata e fácil de produzir, a tendência é que ela se dissemine", diz Ronaldo Laranjeira, psiquiatra da Univesidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Isso ocorre especialmente porque não se criou no Brasil até agora um sistema eficaz de tratamento de dependentes."

29 de nov. de 2011

O oxi, abreviação de oxidado, é uma mistura de base livre de cocaína, querosene - ou gasolina, diesel e até solução de bateria -, cal e permanganato de potássio.
Como o crack, o oxi é uma pedra, só que branca, e fumado num cachimbo.


  • A diferença é que é mais barato e mata mais rápido.
Dráuzio Varella
Folha de São Paulo
Enquanto insistirmos em concentrar os esforços na "guerra contra as drogas", sem nos preocuparmos em reduzir o número de usuários que formam o mercado consumidor, iremos ao sabor da droga da moda, cada vez mais barata, compulsiva e destruidora.Caro leitor, é preciso ter curso de pós-graduação em drogas ilícitas para prever o que acontecerá? Ajuda
ABEAD - Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas
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28 de nov. de 2011

Não existe uma idade para a pessoa entrar no mundo das drogas. Os jovens, em particular os estudantes, no entanto, são os mais vulneráveis. Especialistas têm defendido que as tradicionais palestras antidrogas não são eficientes no combate ao consumo nas escolas e podem ser classificadas até como perigosas. Porém, são quase unânimes em afirmar que os estabelecimentos de ensino têm um papel fundamental no trabalho de prevenção. De acordo com Jairo Werner, doutor em saúde mental e professor da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), essas palestras acabam estimulando a curiosidade. “A metodologia mais eficaz é a criação de oficinas. Divisão do grupo em células menores e com várias atividades para comprometer todos com o tema. Esse trabalho também é chamado de construção, com a participação do corpo docente, dos pais ou responsáveis e dos próprios alunos. Todo esse processo não pode ser composto apenas de discursos sobre os efeitos das drogas”, diz o professor. Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 57% dos jovens entre 12 e 17 anos entrevistados revelaram que obter drogas no Brasil, em qualquer momento, é muito fácil. Outros estudos também revelam que a experiência com substâncias psicoativas legais ou ilegais é cada vez mais precoce entre os jovens. Esses dados só demonstram que existe a necessidade de se criar um cultura adversa a esse consumo. “Essas oficinas antidrogas devem ser desenvolvidas através de uma série de abordagens, que vão desde a informação pura e simples até a conscientização de conceitos, como, por exemplo, a droga como uma linguagem: depois que se aprende a usar não se esquece mais ou que quanto mais cedo uma pessoa se inicia no mundo das drogas, maiores são as chances de dependência. Devem ser usados recursos de música, teatro e outros mecanismos, com uma participação intensa, que faz o estudante atingir um nível de entendimento real da situação. O resultado final é a construção de uma linguagem antidrogas. Todo o processo deve se basear no incentivo de uma vida saudável, com os cuidados com o corpo e uma boa alimentação”, analisa Werner. Corpo docente preparado O governo está tentando ampliar o número de profissionais especializados na prevenção ao uso de drogas. Em 2004, o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) criaram um projeto-piloto para a formação de professores na temática, para atuarem nas escolas públicas. A iniciativa foi feita em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Inicialmente, o curso teve a participação de 5 mil educadores de todas as regiões do País. Em 2006, a formação atendeu 20 mil profissionais, e no ano passado, 25 mil. A entrada no mundo das drogas A iniciação dos adolescentes no mundo das drogas varia de acordo com a realidade de cada jovem. A maior influência são os próprios colegas. “Isso é que tem que ser trabalhado, não só nas escolas, com os professores de uma maneira geral, pois esse assunto pode estar presente em qualquer matéria, mas com os pais ou responsáveis, que, na verdade, ficam perdidos, sem saber como orientar”, esclarece o professor. O novo usuário Um dos momentos mais delicados é quando se percebe que o jovem está envolvido com drogas. Especialistas afirmam que a identificação do novo usuário ocorre de várias formas. Cada droga tem um efeito e essa resposta pode ser diferente em cada organismo. É importante observar mudanças de comportamento, falhas no aproveitamento escolar, desinteresse pela escola, falta de motivação para atividades antes bem procuradas e mudanças de amizades. É importante observar ainda se o jovem começa a se juntar com outros que também apresentam alterações de comportamentos. “É obrigação da escola não acusar, não fazer uma denúncia, não expor essa questão. Ao ser observada qualquer alteração nos indicadores descritos, os pais devem ser chamados para participar da análise da situação. É fundamental fazer o jovem falar dos seus problemas. É também importante procurar um profissional para um tratamento clínico apropriado e específico”, conclui Werner. Carregando... visualizar mais comentários

27 de nov. de 2011

                     

                                                                                     
                         

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