NOSSAS EXPERIÊNCIAS

30 de jan. de 2012

Príncipe virou Sapo 

Conheci me envolvi engravidei e casei tudo muito.... muito rapido!

Em menos de um ano e meio ja estavamos casados com nosso filha nos braços.
Ele era uma pessoa adoravel eu o admirava profundamente pq via nele tudo o que eu não era de certa forma. Ele tinha um infinito respeito pelas pessoas trabalhador e muito... muito amoroso.
Mas aos poucos foi mudando ficando cada vez mais agressivo, culpo um pouco a profissão dele que parecem ter feito lavagem cerebral no meu marido pq nem parece a mesma pessoa. Ele é policial!

Um dia ele me agrediu e eu fui até a delegacia prestar queixa, o policial fez o maior corpo mole, outro dia meus pais chamaram a policia novamente e quem veio atender era um amigo do meu marido, cheios de dedos e pedindo calma. Ele grita o tempo todo me ofende e tudo sempre na frente de nossa filha de 2 anos que desde que nasceu assiste a essas cenas. Tenho medo que um dia ele até me mate por conta do seu descontrole, antes eu brigava tbm e um dia cheguei a socar tanto que quase quebrei o nariz dele mas agora nem revidar eu tenho vontade mais, não tenho paz nem sossego qlq coisa ele perde o controle grita e se enfurece, ontem mesmo estava saindo de madrugada para cumprir a escala e eu estava DORMINDO!!! Isso mesmo dormindo no sofá com minha princesinha ele começou a me balançar ferozmente mandando eu me deitar na cama quase quebrou meus dedos apertando minha mão grudou no meu rosto.. nem na santa paz do meu sono eu tenho sossego! Minha filha acordou tadinha e gemeu chorando o resto da madrugada inteira... me sinto perdida e desorientada, não conto a ninguém mais o que acontece depois dos 2 b.o. registrados nem mesmo a minha família. eu casei com um principe literalmente que virou ogro... nem sapo foi... era invejada por nossa relação e hoje.....
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Falar sobre o que eu passei é muito difícil.

Foram 19 anos de convivência. No início era bom. Depois, traição, alcoolismo, violência.
Quando ele chegava em casa me agredia, sempre bêbado, mandava eu sair para dormir na rua. Quebrava tudo dentro de casa, teve uma vez que ele queimou minha roupa toda, não sobriou nada.

Ele me obrigava a manter relações, apontava a arma para mim e perguntava se eu queria morrer de pistola ou de revólver . Dava tiros para o alto. Quando eu ia na delegacia, o policial dizia que era para eu voltar para casa que o colega estava cansado. Como o trabalho dele era estressante, eu voltava, muito deprimida, sem apoio e humilhada.
Foram muitas noites de terror. Por fim, ele quis me atear fogo. Jogou álcool em cima de mim. Eu pulei um muro de mais ou menos 3 metros de altura para fugir. Esta foi a última vez que ele me agrediu. Eu me separei.
Depois de tudo isso, ficou me seguindo para eu voltar, fui agredida no meio da rua, ameaçada de morte várias vezes. Então, eu dei queixa na delegacia, ele foi julgado e processado pelo artigo 147. Naquela época, se tivesse a Lei Maria da Penha, eu não teria passado tanto constrangimento. A lei valeu para ajudar todas as mulheres que são violentadas.”
Isabel*
Faz parte do Fórum Maria da Penha em São João de Meriti, no Rio de Janeiro.
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“Quando eu tinha uns 7 anos, meu avô me sentava em seu colo para me bolinar. Contei para o meu pai e ele não acreditou e minha mãe começou a me vigiar.
Aos 10 anos, vim morar no Rio de Janeiro, em Duque de Caxias. Tinha um amigo da família que eu freqüentava muito a casa junto de minha mãe. Ele se fingia de espírita e me deixava sonolenta para eu dormir lá. Um dia, ele me chamou para ir de bicicleta para a minha casa e no caminho me disse que era para tomar guaraná. No caminho , ele desviou para o mato alegando que era para cortar caminho. Eu, ingênua, como era amigo da minha família, fui.
Ele me estuprou. Fiquei me sentindo imunda, sem poder falar com ninguém. Dois dias depois, ele foi na minha casa e disse para a minha avó que ia esperar pela esposa lá em casa. Eu nunca tive coragem de contar para ninguém, passei um tempo fugido dele. Depois, ele diminui as idas lá em casa, acho que pensou que eu tivesse contado.
Quando adulta, sofri assédio de um chefe.
Finalmente me casei e tive três filhos. Foram 18 anos vivendo bem, mas depois o meu marido começou a me torturar psicologicamente, dizendo a forma como iria me matar. Ele me sacudia e por duas vezes tive relações forçadas. Viva sempre ameaçada até que consegui sair de casa com meus filhos criados. Até hoje eles não sabem da minha história.
Só depois de 30 anos tive coragem de contar esses fatos da minha vida em um encontro do grupo de mulheres em celebração ao 8 de março.”
Elisete*
Faz parte do Fórum Maria da Penha em São João de Meriti, no Rio de Janeiro.


Os nomes são fictícios para preservar a identidade das depoentes.

fonte: http://www.actionaid.org.br/

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