Depois da Avenida
É conhecido o problema das travestis e transexuais que são obrigadas a se prostituir para conseguirem sobreviver. Mesmo querendo ser engenheiras, médicas, enfermeiras, muitas garotas são obrigadas a seguir para a prostituição. E agora, quando chega uma certa idade e até mesmo as ruas lhes são negadas? Você vai conhecer a história de três travestis, que preferiram não serem reconhecidas, nem nomeadas. São histórias de renovação e de luta!
"Tudo o que eu quero é sair daqui" Uma mulher completa. Era assim que Cláudia se sentiu durante muitos anos. A garota que era considerada uma das musas da sua cidade no interior bahiano, seguiu para o Rio de Janeiro em 1977. Ao chegar na cidade maravilhosa encontrou amparo em outras travestis e atendia somente a executivos. Não demorou muito para encontrar um companheiro e a viver junto com ele. Passados os anos, a mesma mulher completa hoje encontra-se sozinha novamente no interior bahiano. "Tudo o que eu quero é sair daqui, voltar para a avenida, ser a mulher que eu era antes". Claudia voltou a sua terra natal por ser soropositiva. Ainda não tem trabalho e sua única esperança é voltar, aos 42 anos, para a avenida.
"Tudo o que eu quero é sair daqui" Uma mulher completa. Era assim que Cláudia se sentiu durante muitos anos. A garota que era considerada uma das musas da sua cidade no interior bahiano, seguiu para o Rio de Janeiro em 1977. Ao chegar na cidade maravilhosa encontrou amparo em outras travestis e atendia somente a executivos. Não demorou muito para encontrar um companheiro e a viver junto com ele. Passados os anos, a mesma mulher completa hoje encontra-se sozinha novamente no interior bahiano. "Tudo o que eu quero é sair daqui, voltar para a avenida, ser a mulher que eu era antes". Claudia voltou a sua terra natal por ser soropositiva. Ainda não tem trabalho e sua única esperança é voltar, aos 42 anos, para a avenida.
Da avenida para uma mesa de costura
Elisa foi uma das primeiras travestis de Blumenau. Com seus 52 anos assumidos, ela largou da avenida há dois anos. Fala que o ato de largar as ruas foi o mais difícil. No começo sentia saudades das cantadas e do assédio dos rapazes. "Gostava de ficar parada esperando o próximo cliente, sentia-me poderosa". Com o tempo os clientes foram ficando escassos e a concorrência aumentando. Outras travestis, mais novas, começaram a fazer ponto na região central da cidade e Elisa não conseguia mais se manter com o dinheiro das ruas. "Fiquei sem alternativa, tiraram o meu ganha pão". Aos cinqüenta anos, Elisa se viu sem a sua profissão.
Sem companheiro fixo, Elisa teve que voltar para a sua terra natal, a cidade de Taió, no Alto Vale do Itajaí. Ela teve a sorte de encontrar amparo na família, que a empregou em uma confecção. "Não tenho mais o dinheiro fácil e a diversão de antes. Me culpo às vezes por ter mudado todo o meu corpo, ter assumido uma nova identidade para acabar a vida onde comecei, trabalhando em uma confecção".
Reconquistando a vontade de viver
"Aquela noite foi a mais difícil de minha vida". Aquela noite foi a noite que Samanta foi agredida por outras travestis nas ruas de Porto Alegre. Era uma briga pelo ponto próximo a Avenida Farrapos. Samanta estava sozinha, afinal muitas de suas amigas da noite haviam mudado de cidade ou largado a avenida. Sozinha e contra muitas, a briga foi desigual, lhe rendendam duas cicratizes perto dos supercílios.
Samanta conta que seus últimos meses como garota de rua não foram nada fácil. Além das habituais brigas pelo ponto, ela enfrentava clientes descontentes e policiais. A decisão de sair das ruas veio junto com uma carta de uma amiga. "Eu estava com quase 50 anos e não via mais nenhuma perspectiva na noite". Samanta não mudou de cidade, mas ficou animada com a mudança alcançada pela amiga. Decidiu fazer o mesmo.
Do alto dos seus 1,80m, Samanta entrou em um curso de cabeleireiro e investiu todas as suas economias num salão de bairro. "Eu reconquistei a vontade de viver e de lutar", afirma Samanta, que agora planeja a construção de uma sauna para travestis na grande Porto Alegre.
Por Andressa Amaral
fonte: www.fervo.com.br
Samanta conta que seus últimos meses como garota de rua não foram nada fácil. Além das habituais brigas pelo ponto, ela enfrentava clientes descontentes e policiais. A decisão de sair das ruas veio junto com uma carta de uma amiga. "Eu estava com quase 50 anos e não via mais nenhuma perspectiva na noite". Samanta não mudou de cidade, mas ficou animada com a mudança alcançada pela amiga. Decidiu fazer o mesmo.
Do alto dos seus 1,80m, Samanta entrou em um curso de cabeleireiro e investiu todas as suas economias num salão de bairro. "Eu reconquistei a vontade de viver e de lutar", afirma Samanta, que agora planeja a construção de uma sauna para travestis na grande Porto Alegre.
Por Andressa Amaral
fonte: www.fervo.com.br
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