Sedativo é o nome que se dá aos medicamentos capazes de
diminuir a atividade do cérebro, principalmente quando este fica em estado de
excitação acima do normal.
termo sedativo é sinônimo de calmante ou
sedante.
Quando um sedativo é capaz de diminuir a dor, recebe o nome de analgésico. Já
quando o sedativo é capaz de afastar a insônia, produzindo o sono, é chamado de
hipnótico ou sonífero. E quando um calmante tem o poder de atuar mais sobre
estados exagerados de ansiedade, é denominado de ansiolítico. Finalmente,
existem algumas dessas drogas capazes de acalmar o cérebro hiperexcitado dos
epilépticos. São as drogas antiepilépticas, capazes de prevenir as
convulsões
As principais substâncias calmantes pertencem ao grupo dos barbitúricos. Mas
existem também outras substâncias como os brometos e plantas como a valeriana e
o maracujá. Os barbitúricos eram largamente utilizados como drogas sedativas até
meados deste século, quando foram sendo gradualmente substituídos pelos
benzodiazepínicos. Atualmente, são pouco utilizados como sedativos propriamente
ditos.
São tomados via oral, quando apresentado na forma de comprimidos, cápsulas ou
xaropes, ou ainda são usados por injeção intramuscular ou intravenosa, quando
apresentados em forma de ampolas. As formas injetáveis são de uso restrito
hospitalar.
Histórico
Os barbitúricos foram descobertos em 1864 pelo pesquisador belga Adolf von
Baeyer. Aparentemente o químico europeu batizou a substância em homenagem a Sta.
Bárbara. Há outra versão desta história relatando que após a descoberta o
pesquisador foi comemorar em um bar e, lá se encantou com uma garçonete, linda
moça que se chamava Bárbara. Em um acesso de entusiasmo, o cientista resolveu
dar ao composto recém-descoberto o nome de barbitúrico.
Em 1903 é lançado o primeiro medicamento barbitúrico com o nome comercial de
Veronal. Esta síntese foi realizada pelos cientistas alemães Emil Hermann
Fischer e Joseph von Mering.
Em 1912 é lançado o fenobarbital com o nome comercial de Luminal, como
sedativo-hipnótico.
No Brasil
Os barbitúricos eram usados de maneira até irresponsável no Brasil. Vários
medicamentos para dor de cabeça, além da aspirina, continham também um
barbitúrico qualquer. Assim, os antigos como Cibalena®, Veramon®, Optalidom®,
Fiorinal® etc. tinham o butabarbital ou secobarbital (dois tipos de
barbitúricos) em suas fórmulas.
O uso abusivo que se registrou – muita gente usando grandes quantidades,
repetidamente – de medicamentos, como o Optalidon® e o Fiorinal®, levou os
laboratórios farmacêuticos a modificarem suas fórmulas, retirando os
barbitúricos de sua composição
Hoje em dia existem apenas alguns produtos, usados como sedativos-hipnóticos,
que ainda apresentam o barbitúrico butabarbital. Por outro lado, o fenobarbital
é bastante usado no Brasil (e no mundo), pois é um ótimo remédio para os
epilépticos. Finalmente, um outro barbitúrico, o tiopental, é usado por via
endovenosa, por anestesistas, em cirurgias.
A legislação brasileira exige que todos os medicamentos que contenham
barbitúricos em suas fórmulas sejam vendidos nas farmácias somente com a receita
do médico, para posterior controle pelas autoridades sanitárias.
Mecanismo de ação
O mecanismo de ação dos barbitúricos é semelhante ao dos Benzodiazepínicos,
atuam aumentando a atividade do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico –
GABA, que induz a inibição do Sistema Nervoso Central (SNC), causando a
sedação.
Possuem, portanto, ação depressora do SNC, levando a diminuição do
metabolismo cerebral, do consumo de oxigênio, do fluxo sanguíneo cerebral, com
conseqüente diminuição da pressão intracraniana, efeito benéfico em determinadas
situações clínicas
Os barbitúricos são metabolizados no fígado, promovendo a indução enzimática,
levando a tolerância e interferindo com a ação de outras drogas que dependem do
sistema microssomal para a sua metabolização.
Efeitos no organismo
Os barbitúricos são capazes de deprimir várias áreas do cérebro; como
conseqüência, as pessoas podem ficar mais sonolentas, sentindo-se menos tensas,
com sensação de calma e relaxamento. As capacidades de raciocínio e de
concentração ficam também afetadas.
Com doses um pouco maiores que as recomendadas pelos médicos, a pessoa começa
a sentir-se como que embriagada (sensação mais ou menos semelhante à de tomar
bebidas alcoólicas em excesso), a fala fica “pastosa” e a pessoa pode sentir-se
com dificuldade de andar direito.
Consequências Negativas
Essas substâncias são perigosas porque a dose que começa a intoxicar está
próxima da que produz os efeitos terapêuticos desejáveis. Com essas doses
tóxicas, começam a surgir sinais de incoordenação motora, um estado de
inconsciência começa a tomar conta da pessoa, ela passa a ter dificuldade para
se movimentar, o sono fica muito pesado e, por fim, pode entrar em estado de
coma. A pessoa não responde a nada, a pressão do sangue fica muito baixa e a
respiração é tão lenta que pode parar. A morte ocorre exatamente por parada
respiratória.
É muito importante saber que esses efeitos tóxicos ficam muito mais intensos
se ela ingerir álcool ou outras drogas sedativas. Às vezes, intoxicação séria
pode ocorrer por esse motivo.
Uso na gravidez
Outro aspecto importante quanto aos efeitos tóxicos refere-se ao uso dessas
substâncias por mulheres grávidas. Essas drogas têm potencial teratogênico
(capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez), além de
provocarem sinais de abstinência (como dificuldades respiratórias,
irritabilidade, distúrbios do sono e dificuldade de alimentação) em
recém-nascidos de mães que fizeram uso durante a gravidez.
Dependência e tolerância
Existem muitas evidências de que os barbitúricos levam as pessoas a um estado
de dependência; com o tempo, a dose tem também de ser aumentada, ou seja, há
desenvolvimento de tolerância. Esses fenômenos se desenvolvem com maior rapidez
quando doses grandes são usadas desde o início.
Quando a pessoa está
dependente dos barbitúricos e deixa de tomá-los, passa a ter a síndrome de
abstinência, cujos sintomas vão desde insônia rebelde, irritação, agressividade,
delírios, ansiedade, angústia, até convulsões generalizadas. A síndrome de
abstinência requer obrigatoriamente tratamento médico e hospitalização, pois há
risco de a pessoa vir a falecer.
Consumo no Brasil
Segundo o II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no
Brasil - estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país, realizado em 2005
pela Secretaria Nacional Antidrogas em parceria com o Cebrid/Unifesp e que
envolveu 7.939 pessoas, entre 12 e 65 anos – revelou que a estimativa de uso sem
receita médica de Barbitúricos é de menos de 1%, sendo citados produtos, tais
como: Gardenal®, Pentotal® e Comital®.
Fonte: www.obid.senad.gov.br
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