NOSSAS EXPERIÊNCIAS

4 de dez. de 2011

A cocaína é um alcalóide extraído das folhas de uma planta chamada Eritroxilon coca, encontrada principalmente em países da América do Sul e Central.
Também é conhecida por vários outros nomes tais que: coca, pó-dourado, neve, senhora, branquinha, branca de neve, brilho, pó de vida, cheirosa, poeira de sonho, sonho
A cocaína é um estimulante do sistema nervoso central, atingindo rapidamente o cérebro, produzindo uma resposta intensa, sendo muito procurada como droga de abuso.

                                                                               

HISTÓRICO
A cocaína não é uma droga nova. Na América do Sul, , há pelo menos 1.200 anos, folhas da coca já eram usadas pelos nativos, a fim de obterem maior vigor físico. Na civilização inca, seu uso era restrito a classes sociais elevadas, a sacerdotes, mensageiros, e guerreiros. Com a conquista da América pelos espanhóis, em 1536, a coca popularizou-se a ponto de ser considerada, inclusive, em decreto do rei Felipe II da Espanha, essencial ao bem-estar dos conquistados. Estas folhas acabaram sendo levadas pelos exploradores à Europa, naquele mesmo século.
Após séculos de uso intenso, a droga foi isolada e caracterizada por Albert Niemann em 1859; a popularização da cocaína no meio científico, entretanto, é atribuída a Freud e, mais especificamente, aos seus famosos escritos de 1884, em que suas propriedades de alívio da depressão e cura de dependência à morfina são ressaltadas
Embora postulada como "perigosa" pelo proprio Freud (após a morte de um amigo), a droga passa a fazer parte de vários elixires, medicamentos e bebidas como a Coca-Cola, inclusive.
O crescimento do uso da cocaína levou, em 1891, aos primeiros relatos sobre intoxicações, incluindo 13 mortes e levando à sua proibição pelo Harrison Act em 1914. Portanto, as mesmas restrições e penalidades imputadas à morfina são igualmente impostas à cocaína.
Em 1921, o Brasil iniciou a repressão ao uso da cocaína e demais drogas No ano de 1938, nova lei proibiu o plantio e exploração de plantas produtoras de coca.
Entre os anos 30 e 60 o seu uso diminuiu. Na década de 70, contudo, o uso da droga intensificou-se em grande parte pela noção infundada de ser segura, desprovida do efeito de dependência quando usada eventualmente.
PRODUÇÃO
As espécies de coca são originárias da América do Sul, mas seu cultivo passou a se dar também nos países andinos como: Peru, Bolívia, Colômbia e Equador, além da Amazônia brasileira.
A cocaína é extraída das folhas da planta Eritroxilon coca em duas fases. Primeiramente, as folhas são prensadas com ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, formando a pasta de coca, a qual, por sua vez, contém até 90% de sulfato de cocaína. Em seguida, a pasta é tratada com ácido clorídrico, formando o cloridrato de cocaína: pó branco e cristalino.
Estima-se que 100 Kg de folhas secas dão origem a 100 g de pasta de coca e 800 g do respectivo cloridrato.
O "Crack" ou "Rock" é obtido a partir da mistura e aquecimento da pasta base de coca a da própria cocaína com bicarbonato de sódio, resultando no preparado sólido o qual é posteriormente quebrado a fim de serem fumados
Existem outras preparações de cocaína, como: "iceberg" e "snort" - contendo benzocaína ou procaína - "cocaine snuff", "incense" - contendo cafeína - e "zoom" - contendo outros estimulantes.
Tanto o sal como a cocaína básica são adulterados pela mistura de várias substâncias, sendo, assim, a "droga de rua" composta.
Os adulterantes mais comuns da cocaína são: açucares, procaína, cafeína, pó de mármore, talco, anestésicos locais, e sais de baixo custo, como bicarbonato de sódio e sulfato de magnésio - sendo que os teores de cocaína podem variar entre 15 a 90%.
O crack apresenta bicarbonato como adulterante mais comum, e os teores de cocaína nesta forma variam de 35 a 99%, dependendo do processo de obtenção.
SUBSTÂNCIA ATIVA
A cocaína é uma benzoilmetilecgonina, sendo o principal alcalóide existente nas folhas de Eritroxilon coca e de outras espécies do mesmo gênero.
Apresenta-se em quantidades que variam de 0,5 % a 1,8 % do peso das folhas da planta. As formas químicas utilizadas da droga são: cloridrato de cocaína e pasta-base.
MECANISMO DE AÇÃO
Estimula o Sistema Nervoso Central, porque proporciona maior concentração da substância neurotransmissora capaz de produzir tais estímulos.
UTILIZAÇÃO MÉDICA
Não existe uso médico para a cocaína.
Antes de surgirem os atuais anestésicos locais, foi usada para esse fim; mas, devido aos seus efeitos tóxicos, foi abandonada com o advento daqueles anestésicos
FORMAS DE CONSUMO
Nos países produtores da folha da coca, estas são usadas quando mascadas ou ingeridas em forma de chá.
Nos demais países, a cocaína é freqüentemente utilizada nas seguintes formas:
Ingestão oral
Intranasal (aspiração nasal, popularmente denominada como prática de "cafungar"): dispõe-se a cocaína em superfície lisa em fileiras com aproximadamente 10mg a 30 mg, sendo aspirados pela própria mucosa nasal. Esta prática é feita em intervalos de 20 a 30 minutos, tempo necessário à atuação dos efeitos relacionados à euforia
Respiratória: "crack" ou "pedra" na forma de base livre: inalação por aquecimento através de cachimbos especiais
Endovenosa: dissolvida em água e injetada.
A endovenosa e respiratória assemelham-se na velocidade de absorção, duração e intensidade dos efeitos. Nos últimos anos, operou-se uma mudança considerável no padrão de uso da droga.
TOLERÂNCIA, DEPENDÊNCIA E SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
Devido o uso abusivo da cocaína, desenvolve-se tolerância que consiste na diminuição dos efeitos eufóricos e fisiológicos - ainda que menor, se comparada a outros estimulantes, como os anfetamínicos, por exemplo.
Ocorre progressiva dependência física e química, acompanhadas da síndrome de abstinência, que vem a ser caracterizada por depressão, fadiga, irritabilidade, perda do desejo sexual ou impotência, tremores, doses musculares, distúrbios da fome, mudanças do EEG e dos padrões de sono.
EFEITOS GERAIS
A cocaína provoca febre devido ao aumento da produção de calor (por ação no SNC), além da diminuição das perdas desse calor (em função da vasoconstrição periférica). Finalmente, desmaios, suores frios, calafrios, vômitos e diarréia podem ser ocasionados pelo uso da droga.
EFEITOS SOBRE O SISTEMA RESPIRATÓRIO
A vasoconstrição torna a aspiração mais freqüente, resultando, por sua vez, em hiperemia reativa da mucosa nasal, acompanhada de rinite, lesões e, em alguns casos, perfusão do repto e "nariz de rato".
Os distúrbios respiratórios associam-se à via de administração da droga. A inalação da fumaça proveniente dos cachimbos de "crack" pode fazer com que os seios etmoidais sejam expostos a adulterantes - predispondo à sinusite. Além disso, a referida inalação pode ocasionar granulomas pulmonares, dispnéia (falta de ar), tosses, opacidades pulmonares (no RX) e rinorréia de líquido pleural.
Entre os riscos decorrentes do hábito de fumar cocaína incluem-se ainda a bronquiolite obstrutiva, as hemorragias e edemas pulmonares, as quais podem levar, por sua vez, a lesões de tecidos da superfície pulmonar, prejudicando a capacidade de trocas gasosas nos pulmões.

EFEITOS SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR.Os efeitos da droga sobre o sistema cardiovascular independem da via de administração. Em muitos casos o que se observa são: infarto agudo do miocárdio, arritmia e cardiomiopatias. Primeiro surge a badicardia, que evolui rapidamente para a taquicardia, fibrilação ventricular e, finalmente, parada cardíaca acompanhada de morte súbita. Além disso, ocorre hipertensão arterial e acidentes vasculares cerebrais.

EFEITOS SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRALOs efeitos imediatos da administração de cocaína manifestam-se, em geral, por um estado de euforia, bem-estar, desinibição, loquacidade, liberação critica, resistência ao trabalho,... até a perda de apetite, insônia, ansiedade e nervosismo. Fadiga e depressão também podem ocorrer após estados de estimulação muito intensa, inspirando nova administração.

Quanto a alterações da visão, observamos após o uso da droga: midríase (pupila muito aberta) e imobilidade da pupila.
Além desses efeitos, são comuns: anestesia, parestesia e até epilepsiacocaínica - acompanhada, por sua vez, da perda do conhecimento e convulsões semelhantes a crises epilépticas.
Pode ocorrer desorientação mental, comprometimento da memória imediata e disfunção cerebral, caracterizada pelo aparecimento de psicose tóxica - seguida de alucinações tácteis. Estas alucinações constituem-se de uma sensação de insetos estarem rastejando sobre a pele. Isso pode fazer com que o indivíduo venha a tentar livrar-se dos supostos parasitas, causando ulcerações na pele. Além das alucinações tácteis, as visuais e auditivas também são observadas.
Muitas vezes o comprometimento da percepção visual do usuário desta droga representa um sério perigo caso este esteja conduzindo qualquer veículo

EFEITOS COMPORTAMENTAIS
Com o uso repetido da substância, outros efeitos imediatos vão surgindo, tais como: agressividade; perda gradativa do autocontrole, da força de vontade, do interesse pelo trabalho, alimentação e vestuário; alterações do humor, acompanhadas de idéias paranóides; agitação; irritabilidade; depressão e impotência. É registrado também o aparecimento de processo de distorção de personalidade, acompanhada de comportamento suicida ou homicida.
Há verdadeira obstinação para conseguir a droga de qualquer maneira, num estado de dependência química insuperável. Muitas vezes os usuários sequer têm consciência dos problemas advindos da relação com traficantes, ou da destruição de laços com familiares.

EFEITOS SOBRE A GRAVIDEZ

A cocaína pode atuar negativamente em qualquer período da gestação, podendo ocasionar: aborto espontâneo, prematuridade, desenvolvimento anormal, infarto e lesão cística cerebral. Alem disso, o recém-nascido pode apresentar comprometimento neurológico e ter manifestações comportamentais diferentes, como chorar de forma inconsolável.
Tem-se observado baixo rendimento escolar em crianças nascidas de mães dependentes da cocaína.
EFEITOS POTENCIALIZADOS
Os efeitos são potencializados quando a cocaína é administrada juntamente com a maconha, o tabaco ou o álcool, como é freqüentemente observado entre os dependentes de cocaína.
RISCOS DA COCAÍNA INJETÁVEL
A administração injetável da cocaína (parenteral) pode trazer problemas em função do solvente utilizado (liquido para dissolver a droga) e das seringas não esterelizadas. Estas seringas, quando utilizadas por várias pessoas, podem transmitir o vírus HIV, além de transmitir Hepatite, endocardite infecciosa e até pneumonia e infecções localizadas.
A falta de higiêne em relação ao local de administração da droga pode ocasionar feridas (ulcerações) e desencadear infecções graves em outros locais do organismo.
EPIDEMIOLOGIA
Pesquisas brasileiras revelaram que 1,8% eram usários de cocaína dentre 1823 alunos do 1º e 2º graus e 351 universitários entrevistados por Bucher & Totugui em 1986/87 em Brasília. A mesma substância era usada por 0,9% dos 1836 escolares de baixa renda entrevistados por Carlini-Cotrim & Carlini em 1987 em São Paulo.
Traçando-se paralelo comparativo com estudantes de Porto Alegre de 1º e 2º graus da rede estadual, constatou-se que a cocaína era usada por 2,4% dos entrevistados em 1992 e por 4,5% dos estudantes entrevistados em 1994. (Boca de quem fuma oxi e crack, aparencia e morte, e como fica o cerebro.)
DIGA NÃO ÀS DROGAS!

                                                                                       
                                                                                 
Fonte: www.octopus.furg.br

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