NOSSAS EXPERIÊNCIAS

20 de dez. de 2011

Fumo: um depoimento



A gaúcha Dóris conta ao Fantástico On Line como está sua vida três semanas depois de parar de fumar. Sem o cigarro, ela procura novos hábitos: faz caminhadas diárias de uma hora e tem uma alimentação mais saudável. Com a palavra, a ex-fumante:
“Meu nome é Dóris Radke, tenho 34 anos e moro em Porto Alegre. Comecei a fumar aos 19 anos, tinha 29 quando tentei pela primeira vez parar de fumar. Nesta ocasião fumava de uma carteira e meia a duas por dia, pois trabalhava num local permitido e morava com fumantes. Fio quando tive uma pneumonia, não conseguia fumar mesmo que quisesse. Aproveitei a oportunidade e parei de fumar. Quando passou a fase crítica da pneumonia começou o desespero pelo cigarro, mas segurei”.
“Quatro meses depois viajei para Londres. O londrino fuma muito, a convivência com fumantes e o fato de estar longe de casa fez com que eu voltasse a fumar. Fiquei oito meses sem fumar. Uma carteira de cigarro em Londres custa de R$ 7 a R$ 10. É costume comprar fumo que é mais econômico, porém mais prejudicial”.
“Retornando ao Brasil minha família insistia que eu parasse de fumar, pois um dos motivos do meu retorno ao Brasil foi a piora drástica de meu pai, que estava com câncer no esôfago e foi submetido a uma traqueostomia, câncer desenvolvido pelo fumo e pelo álcool (seu caso levou cinco meses, do diagnóstico ao falecimento). O quadro o meu pai era lamentável. Com todo o sofrimento de não poder respirar e falar, ele sofria com o desejo de fumar. Meu pai falecera três semanas após meu retorno, mas nem tudo isto consegui parar”.
“Só um ano depois fiz nova tentativa. Estava com 31 anos e com ajuda de uns chicletes espanhóis que, além de tirar a vontade de fumar, inibiam o apetite, já que esta era uma preocupação porque da primeira vez engordei 10 quilos. Novamente, oito meses depois, comecei a fumar”.
“Hoje tenho 34 anos. Um dos meus objetivos para este ano era parar de fumar. Estava fumando uma carteira e meia por dia, estava com pigarros e uma gripe leve fez com que meus pulmões ficassem congestionados. Aí determinei que pararia no fim de maio. No dia 14 de maio decidi que este seria o dia”.
“Se formos esperar uma razão especial para parar de fumar, esta razão nunca será o suficiente”.
“Se formos esperar um câncer, este muitas vezes também não é o suficiente (na ocasião meu pai já sabia de seu diagnóstico e continuava a fumar) e normalmente o caso é irreversível”.
“Se formos esperar que alguém faça isto por nós, isto não existe”.
“Venho trabalhando muito com minha auto-estima, e o ponto principal é nos amarmos a ponto de sentir que somos mais fortes que um vício, que somos mais fortes que uma dependência que nos prejudica, e fazer por nós mesmo, por respeitar nossa própria saúde, nossa própria vida”.
“Faz três semanas que parei de fumar sem angústia. Das poucas vezes que senti vontade dizia a mim mesma que sou mais forte que este desejo destrutivo. Sinto-me livre prque hoje valorizo minha vida acima do vício do cigarro”.



Fonte: fantastico.globo.com/jornalismo

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