NOSSAS EXPERIÊNCIAS

14 de mar. de 2012


CÁRCERE FEMININO.

       MAIS DE 15 MIL MULHERES FORAM PRESAS,EM CINCO ANOS.


Nos últimos cinco anos, 15.263 mulheres foram presas no Brasil. 

A acusação contra 9.989 delas (65%) foi de tráfico de drogas.
 
Esses dados foram apresentados, nesta quarta-feira (29/6), 
pela socióloga Julita Lemgruber,durante o Encontro Nacional 
do Encarceramento Feminino,que o Conselho Nacional de Justiça 
realizou em Brasília.

A socióloga, ao afirmar que essas mulheres atuam como pequenas 
traficantes 

– geralmente apoiando os companheiros – defendeu a adoção de penas 
alternativas à de prisão para que elas possam retomar a vida e, 
principalmente, criar os seus filhos. 

“Essas mulheres desempenham um papel secundário no tráfico; 
muitas vezes são flagradas levando drogas para os companheiros 
nos presídios. 
Elas não representam maiores perigos para a sociedade e poderiam 
ser incluídas em políticas de reinserção social”,disse Lemgruber, 
que foi a primeira mulher a chefiar a administração do sistema 
carcerário do estado do Rio de Janeiro.

“Além disso, quando o homem é preso,os filhos ficam com suas mulheres. 
Mas quando a mulher é presa, geralmente o companheiro não fica com os 
filhos, que acabam sendo punidos e passam a ter na mãe um referencial 
negativo. 

Essa é uma situação que tem tudo para reproduzir a criminalidade, 
já que essas crianças poderão seguir o mesmo caminho que os pais”, 
analisou a socióloga.

Ela alertou para o fato de o percentual de mulheres presas estar 
crescendo numa velocidade superior ao que ocorre com os homens. 
“Esse é um fenômeno mundial. 

Historicamente as mulheres representavam entre três e cinco por cento 
da população carcerária mundial. 
Nos últimos anos esse percentual chegou a 10%”, disse, acrescentando 
que esse aumento tem agravado os problemas das mulheres no cárcere.

“É bastante comum o fato de as mulheres não disporem de qualquer 
assistência diferenciada. 

São tratadas como homens, tanto em termos de estrutura das prisões 
como também em relação ao tratamento que é dispensado a elas. 
Um exemplo muito triste é que, em muitos casos, elas não têm acesso 
a um simples absorvente quando estão menstruadas. 
São obrigadas a improvisar usando miolo de pão”, declarou Lemgruber.

O conselheiro Walter Nunes da Silva Júnior,do CNJ,afirmou que o Brasil 
desconhece a realidade das mulheres que estão presas no País. 

“A questão carcerária, de um modo geral e, em particular, a relacionada 
às mulheres privadas de liberdade,só passou a ser discutida pela sociedade 
em função dos mutirões carcerários realizados pelo CNJ”,disse o conselheiro, 
referindo-se às inspeções feitas,desde 2008,em unidades prisionais de todo 
o País para o diagnóstico das condições de encarceramento e a recomendação 
de melhorias que permitam a reinserção social dos detentos.

“Hoje nós temos cerca de duzentas crianças vivendo em presídios. 
Isso é muito grave”, declarou o conselheiro.
Walter Nunes observou que, “lamentavelmente”, o aumento da participação 
das mulheres na criminalidade se deve,entre outros fatores,à sua emancipação 
econômica. 
Com informações da Agência de Notícias do CNJ.

fonte: http://www.conjur.com.br/

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